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Hoje é ainda “mais urgente” celebrar a festa da Imaculada Conceição

07 dez, 2020 - 12:40 • Rosário Silva

A Igreja celebra, no dia 8 de dezembro, a Solenidade da Imaculada Conceição, padroeira da arquidiocese de Évora e de Portugal por proclamação de D. João IV, em 25 de março de 1646. “Uma festa de grande referência para os cristãos católicos”, diz o cónego Mário Tavares de Oliveira.

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A Igreja celebra, na terça-feira, a Solenidade da Imaculada Conceição com restrições, mas com a mesma fé.

“É um dos dogmas, digamos assim, mais modernos, pois foi definido somente em 1854 - não assim tão longinquamente - e é, de facto, no calendário da vida da Igreja uma solenidade de grande referência para nós”, indica o cónego Mário Tavares de Oliveira.

“Uma festa de grande referência para os cristãos católicos”, reconhece o diretor do departamento da Cultura e dos Bens Culturais da arquidiocese de Évora, mas também uma oportunidade para o país revisitar a memória.

“Estes acontecimentos da História podem ser olhados, por um lado, como quase uma arqueologia das coisas passadas, para ficar nos registos dos tempos, mas para nós portugueses, sobretudo os católicos que vivem intensamente os mistérios da fé, é uma ocasião de revisitar a memória e de torná-la presente”, refere o sacerdote.

“Quando revisitamos a memória numa perspetiva de renovação interior, renovação do presente e perspetiva do futuro, podemos compreender que não tem futuro quem não tem passado”, assegura o cónego Mário Tavares da Oliveira.

O professor do Instituto Superior de Teologia de Évora, que também já foi reitor do Santuário de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, não tem dúvidas ao afirmar que “quando visitamos o nosso passado e percebemos o trilho, o rasto, de gestos que nos elevam”, existindo toda “uma sabedoria de povo” que aponta para a fidelidade “a esse trilho que nos consolida e dá uma alma”, uma vez que, acrescenta, “Portugal tem alma e esta é muito sustentada nas relações, nas nossas alianças com Maria ao longo da História”.

Por isso, sintetiza, “o dia 8 de dezembro é uma Solenidade muito grande em toda a Igreja, mas para nós tem esse acréscimo de revisitar a nossa memória, para nos deixarmos iluminar no presente e abrir clareiras e perspetivas para o futuro”.

Este ano, o programa das celebrações no Santuário nacional, em Vila Viçosa, é mais contido, segundo a Régia Confraria de Nossa Senhora da Conceição, e de acordo com as normas exigidas pelo momento que se vive.

“O ano de 2020 tem sido um ano desafiante a vários níveis e no plano da fé não o foi menos, pelo contrário. Contudo, a Igreja faz-se comunidade, precisamos uns dos outros e o Solar da Padroeira, em Vila Viçosa, sempre estará à espera dos seus”, refere, em nota, enviada à Renascença.

“Apesar do momento difícil que atravessamos”, esclarece a Régia Confraria, “nos próximos dias 7 e 8 de dezembro, celebraremos a festividade da Imaculada Conceição, nesta Casa, que é de todos”, sublinhando que “as celebrações serão adequadas ao momento de pandemia, garantindo o respeito pelas normas estabelecidas.”

Para o cónego Mário Tavares de Oliveira, “pode não haver peregrinação ou movimentação de tanta gente a Vila Viçosa”, porém “essa aliança de amor que D. João IV estabeleceu em 1646, esse mistério de Maria e a verdade que no aproxima Dela, não está posta em causa”.

“Inclusivamente”, sublinha o sacerdote, “o estarmos em débito de presença, ainda torna mais urgente e mais significante a minha aliança pessoal com Deus, por Maria, concretamente em torna da mensagem do Santuário de Vila Viçosa”.

No Solar da Padroeira da arquidiocese e de Portugal, a eucaristia é celebrada, neste dia 8 de dezembro, às 11h00, sendo presidida pelo arcebispo de Évora, D. Francisco Senra Coelho.

Para que mais peregrinos possam participar, ainda que não presencialmente, as cerimónias vão ser transmitidas através da rádio, televisão e redes sociais, nomeadamente o Facebook do Santuário Nacional e no canal de YouTube da Régia Confraria.

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