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Venezuela/Eleições

Guaidó denuncia "fraude consumada" e diz que parlamento continuará em funções

07 dez, 2020 - 06:58 • Lusa

As legislativas de domingo ficaram marcadas por uma grande abstenção. Em alguns locais foi superior a 80%. Nicolas Maduro saiu vencedor, com 67% dos votos.

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O líder opositor e presidente da Assembleia Nacional (parlamento) da Venezuela, Juan Guaidó, fala em fraude nas legislativas de domingo e anunciou que o parlamento continuará em funções até conseguir eleições presidenciais e parlamentares livres.

"A fraude foi consumada e a rejeição maioritária do povo da Venezuela foi evidente. Apesar da censura e da hegemonia comunicacional, a verdade não pôde ser escondida, a maioria da Venezuela virou as costas a Maduro (Presidente da Venezuela) e à sua fraude", disse.

Numa mensagem ao país, divulgada em vídeo pela Internet, Guaidó defendeu que "só fazem fraude os que temem o povo, e Maduro, e o seu regime, perderam todo o apoio popular".

"Nós, os que queremos mudanças na Venezuela, somos uma ampla maioria, e por isso não se atrevem a convocar eleições livres, por isso têm de controlar o árbitro (eleitoral), escolher os seus adversários, negar a observação internacional, extorquir um povo com fome e necessidade, dizendo que quem não vote, não come", afirmou.

Segundo o líder opositor, as forças que apoiam a revolução bolivariana "sabem que nunca ganhariam uma eleição livre".

"Todos nós sabemos que os resultados foram preparados com dias de antecedência, com um falso Conselho Nacional Eleitoral, falsos candidatos [e] falsos opositores", disse.

"Sabemos que na Venezuela de Maduro a fraude também não é novidade, vimos isso em 2017 com a falsa [Assembleia] Constituinte, com o roubo das eleições regionais e em 2018 com a fraude presidencial", frisou.

No seu entender, nenhuma fraude "serviu a Venezuela, pelo contrário, só trouxe mais crise e sofrimento para o povo, mas também não serviu para resolver os problemas da ditadura nem para diminuir a pressão que hoje existe contra eles".

Guaidó recordou que nos últimos três anos se geraram ações contra o regime, afirmando que, por essa razão, hoje os seus membros estão "acusados de crimes que lesam a humanidade, de tráfico de drogas [...], e há mais de 60 países que reconhecem" a oposição como "legítima representante da Venezuela".

Por outro lado, instou os venezuelanos a "salvar e resgatar" a Venezuela e advertiu que em 5 de janeiro (data de início de funções do novo parlamento), os apoiantes de Maduro "vão tentar retomar o palácio legislativo, como já o tentaram em janeiro de 2020 e também após a fraude da (Assembleia) Constituinte", "com armas, com paramilitares".

Mais de 20,7 milhões de venezuelanos foram no domingo chamados às urnas para eleger os 277 deputados que vão compor a nova Assembleia Nacional.

O novo parlamento entrará em funções em 5 de janeiro de 2021, dois anos depois de o líder opositor Juan Guaidó se ter autoproclamado Presidente interino da Venezuela, prometendo convocar um governo de transição e marcar eleições livres e democráticas no país.

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