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Restaurantes dizem que medidas para Natal e Ano Novo "não servem"

06 dez, 2020 - 00:28 • Manuela Pires , com redação

A PRO.VAR - Associação Nacional dos Restaurantes acredita que muitos estabelecimentos vão fechar portas depois de terem ouvido as medidas anunciadas pelo primeiro-ministro.

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O abrandamento das restrições no Natal e Ano Novo não vai resolver o problema dos restaurantes, até porque são datas em que costumam estar fechados, afirma Daniel Serra, presidente da associação PRO.VAR.

Em declarações à Renascença, o responsável da PRO.VAR - Associação Nacional dos Restaurantes diz que a solução apresentada pelo Governo “não serve” e as medidas está “desenhada mais para hotéis do que para restaurantes”.

“Isto está a gerar um desagrado muito grande no setor da restauração. Tenho recebido inúmeros telefonemas de empresários indignados com a situação, porque não podem trabalhar em nenhum período e, numa altura em que os restaurantes tradicionalmente não trabalham, como a véspera e o dia de Natal, estão a ter essa excessão.”

Daniel Serra avisa que a crise financeira está a transformar-se num “problema de saúde mental” para muitos empresários, estão desesperados com o “ziguezague” das medidas do Governo.

“De repente deixa-se trabalhar em períodos que nunca trabalharam, têm que confrontar os funcionários porque têm contas para pagar. Isto é um desespero total.”


O presidente da PRO.VAR acredita que muitos restaurantes vão fechar depois de terem ouvido as medidas anunciadas este sábado pelo primeiro-ministro, António Costa, para o Natal e Ano Novo.

“Há um mês, tínhamos uma previsão que metade dos restaurantes iriam encerrar sem medidas adequadas e se mantivesse a tendência de encerramento de restaurantes. Até agora, 20% dos restaurantes encerraram, definitivamente ou temporariamente. Neste momento, eu penso que 30% dos restantes restaurantes que tinham essa intenção devem estar a tomar essa decisão”, estima Daniel Serra.

Por outro lado, a associação não tem grande expetativa sobre os apoios que o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, vai apresentar na próxima semana. Daniel Serra diz que são apenas paliativos e faz as contas ao dinheiro que o setor precisa.

“Se temos uma quebra de 70%, de acordo com o inquérito que estamos a fazer, são 1.400 milhões de euros. 20% de 1.400 milhões são 280 milhões. Nós queremos 280 milhões dado a todos do setor da restauração, para evitar cerca 100 mil desempregados em janeiro ou fevereiro e uma fatura de 800 milhões de euros para sustentar os desempregados”, apela a PRO.VAR.

O Governo anunciou este sábado que os restaurantes podem funcionar até à 01h00 da manhã, no Natal e passagem de ano, e servir almoços no dia 26 de dezembro.

Os horários da restauração que o Governo definiu para o período de Natal e da passagem de ano serão uma exceção face aos que terão de ser observados nestes próximos dois fins de semana em que a ordem de encerramento continuará a ser às 13h00 nos 113 concelhos com risco extremo e muito elevado.

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