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Mantas de Reguengos em exposição nas ruas de Monsaraz

03 dez, 2020 - 06:46 • Rosário Silva

Durante muitos anos, as típicas mantas foram utilizadas pelos pastores para se protegerem do frio. Hoje, além de objeto utilitário, são objeto de grande valor decorativo e turístico. A mostra apresenta 22 fotografias. Espreite aqui algumas.

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A arte popular tradicional das mantas alentejanas está em exposição, desde 1 de dezembro, nas ruas da vila medieval de Monsaraz.

Mantas Alentejanas: Arte e Tradição” é a designação da mostra de Mizzette Nielsen, que reúne um conjunto de 22 fotografias da fotógrafa Paula Oudman sobre as tradicionais mantas de Reguengos, uma arte que se manteve ao longo dos tempos, e a Fábrica Alentejana de Lanifícios.

“Desde o século XVI, as passagens de grandes rebanhos da transumância ligada à Mesta espanhola, juntamente com a fixação no local de couteiros da Casa de Bragança, criaram condições excecionais para o desenvolvimento da tecelagem em Reguengos de Monsaraz”, contextualiza, em comunicado enviado à Renascença, o município de Reguengos de Monsaraz, no distrito de Évora.

Durante muitos anos, estas típicas mantas foram utilizadas pelos pastores para se protegerem do frio, enquanto guardavam os rebanhos no campo. Por isso, adianta a autarquia alentejana, “as cores e os padrões originais estão relacionados com motivos do Alentejo”, como “os campos floridos e os seus tons laranja, amarelo, vermelho e castanho”, e com modelos que remetem por exemplo, “para as casas alentejanas, os castelos ou as searas”.

Quanto à Fábrica Alentejana de Lanifícios, surgiu na década de 1930, tendo “continuado o prestígio e a qualidade dos tecidos reguenguenses e criado a imagem de marca Mantas de Reguengos”.

A sua internacionalização deu-se a partir de 1958, quando lhe foi atribuída a medalha de ouro para o melhor design e qualidade, na Exposição Universal de Bruxelas. Um espaço que ainda utiliza teares manuais com mais de um século, onde as tecedeiras unem a fidelidade aos padrões existentes, mais de 600 desenhos, às tendências da moda e aos gostos do cliente.

Em 1976, a holandesa Mizette Nielsen chegou a Reguengos de Monsaraz e, dois anos depois, adquiriu a fábrica para dar continuidade a uma tradição, inovando e introduzindo novas técnicas, transformando a manta alentejana, além de objeto utilitário, num objeto de grande valor decorativo e turístico.

Em janeiro deste ano, a Fábrica Alentejana de Lanifícios passou das mãos da Mizzete Nielsen para a Fabricaal, que reúne três portugueses amantes do Alentejo que, com as suas ideias, criatividade e empreendedorismo, lhe dão continuidade com o intuito de projetar esta arte além-fronteiras.

Esta fábrica de tecelagem fica situada num antigo lagar de azeite, que serve também de museu a algumas das mantas antigas fabricadas em Reguengos de Monsaraz e recuperadas ao longo dos anos.

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