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Web Summit. Viajar para trabalhar remotamente é uma das novas modas da pandemia

03 dez, 2020 - 16:34

Líder da Booking diz que as pessoas estão a viajar dentro dos seus países e que há cada vez reservas locais por uma ou duas semanas para daí poderem criar um escritório e estar em teletrabalho.

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A indústria do Turismo é uma das que mais sentiu o duro impacto económico da Covid-19 e, por isso, a plataforma Booking reconhece que nunca teve de enfrentar tantos desafios. E estes estão a trazer mudanças nos comportamentos nos clientes. Numa conferência durante a Web Summit 2020, na tarde desta quinta-feira, a líder da empresa, Gillian Tans, revela duas tendências que vieram para ficar: viajar localmente e sair de casa rumo a outro destino para daí trabalhar remotamente.

Gillian Tans não tem dúvidas de que as pessoas estão a viajar para destinos mais próximos. Os números não deixam espaço para muitas dúvidas. Se, antes da pandemia, os que procuravam destinos domésticos eram de 45%, esse número nos meses do último verão subiram para os 75%. "Penso que é uma moda que veio para ficar", diz a empresária.

A CEO da Booking reconhece que, quando houver vacina ou um tratamento eficaz, poderá haver uma recuperação das viagens de longo curso, mas muitos dos clientes auscultados, quase metade, num inquérito da plataforma diz querer continuar a viajar para perto de casa.

A empresária fala de países, sobretudo asiáticos, como a Tailândia e o Japão, com programas bem desenhados e bem acolhidos pelos cidadãos de promoção deste tipo de turismo. "São exemplos de sucesso", reconhece.

Um outra vertente de negócio que está a crescer, segundo Gillian Tans, é o das pessoas que, por estarem a trabalhar remotamente, preferem fazê-lo a partir de um ponto diferente.

Para isso reservam um local, por uma ou duas semanas, para aí exercer as suas funções em teletrabalho. Segundo a mesma empresária, um terço dos viajantes já consideraram esta modalidade. Gillian acredita que esta é uma mudança positiva, e que também ela sobreviverá ao pós-pandemia.

No meio desta crise, a Booking está também a sofrer e despediu 25% dos seus trabalhadores, e reduziu salários. Em relação à recuperação, Tans prefere não ser muito otimista. Defende que só quando as pessoas se sentirem seguras com um tratamento eficaz, esse processo poderá começar.

Mas para que tal aconteça, a mesma empreendedora crê que que terá de ser todo o ecossistema do setor a fazê-lo, juntamente com os governos, porque só assim será criada a regulação necessária e os incentivos indispensáveis para que o negócio continue a florescer.

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