É mais um sinal da crise na restauração. O histórico Café Majestic, no Porto, fechou portas de forma temporária.

Os responsáveis dizem que sem turistas na cidade, o número de clientes baixou de forma significativa e não há, nesta altura, condições para continuar a funcionar.

O administrador Filipe Barrias lembra que esta é uma decisão inédita na quase centenária história deste café. “O Majestic, com data de 1921, passou por muitas situações e contextos sociais adversos, nomeadamente a Segunda Guerra Mundial, mas não reza a história que possa ter passado por algo tão difícil que tenha tido de fechar as portas. Não há clientes e os hotéis não têm gente. Não temos condições de ter uma casa como esta aberta…é uma situação muito triste.”

Os responsáveis acreditam que a situação vai manter-se por cerca de dois meses. A exceção poderá acontecer no Natal, com uma reabertura por alguns dias.

Entretanto, os trabalhadores ficam em lay-off.

A Associação de Comerciantes do Porto teme que o encerramento, mesmo temporário, venha a afetar todo o comércio do centro da cidade. Joel Azevedo diz ser urgente preservar estes locais históricos. “São símbolos da cidade que são muito importantes manter e preservar”, sublinha.

O Governo anunciou, na semana passada, as medidas de contenção da pandemia da covid-19 para o novo período de estado de emergência: nas vésperas dos feriados, o comércio encerra a partir das 15h00 em 127 concelhos do continente classificados como de risco "extremamente elevado" e "muito elevado" e mantêm-se os horários de encerramento do comércio às 22h00 e dos restaurantes e equipamentos culturais às 22:30 nestes concelhos e em mais outros 86 considerados de "risco elevado".

No dia 14 deste mês, o ministro da Economia disse que o apoio excecional aos restaurantes dos concelhos abrangidos pelo estado de emergência para os compensar pela receita perdida nestes dois fins de semana acenderá a 25 milhões de euros e será pago em dezembro.

Os dados avançados pelo ministro indicam que dos 750 milhões de euros contemplados no programa Apoiar.pt - apoio a fundo perdido destinado a micro e pequenas empresas dos setores mais afetados pela crise com quebras de faturação superiores a 25% -, 200 milhões de euros serão absorvidos pelo setor da restauração.