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Marcelo agradece a Eduardo Lourenço “figura essencial do Portugal que vivemos”

01 dez, 2020 - 10:26

Eduardo Lourenço era conselheiro de Estado por escolha do próprio Presidente, que agradeceu “quase um século de serviço à Pátria”.

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“O nosso mais importante ensaísta e crítico, o nosso mais destacado intelectual público”. É assim que o Presidente da República fala de Eduardo Lourenço, que morreu esta terça-feira aos 97 anos. Numa nota publicada no site da Presidência, Marcelo manifesta o seu pesar pela morte do ensaísta e conselheiro de Estado e agradece o seu pensamento e a vida daquele que considera uma “figura essencial do Portugal que vivemos”.

Portugal está-lhe muito, muito grato porque foi praticamente um século de serviço à Pátria”, disse, entretanto, o Presidente, em declarações aos jornalistas à margem das cerimónias de celebração de Restauração da Independência, nos Restauradores, em Lisboa. Marcelo salientou que a morte de Eduardo Lourenço coincide com uma data tão relevante para a independência de Portugal e que a independência do país sempre foi uma das preocupações no pensamento do ensaísta.

Na nota de pesar, Presidente lembra que Eduardo Lourenço viveu décadas em França, mas, escreve, “poucos foram os «estrangeirados» tão obsessivos na sua relação com os temas portugueses, com a cultura, identidade e mitologias portuguesas, com todos os seus bloqueios, mudanças e impasses”.

Eduardo Lourenço “nunca esteve, por isso, alheado dos debates do nosso tempo, nem das vicissitudes da política”, prossegue a nota presidencial. “Devemos-lhe algumas das leituras mais decisivas de Pessoa, que marcam um antes e um depois, e um envolvimento, muitas vezes heterodoxo, nas questões religiosas, filosóficas e ideológicas contemporâneas, do existencialismo ao cristianismo conciliar e à Revolução”, escreve Marcelo.

Eduardo Lourenço, o maior ensaísta português do século XX
Eduardo Lourenço, o maior ensaísta português do século XX

“Ninguém entre nós pensou a Europa e Portugal em conjunto, sem excecionalismos nem deslumbramentos, numa linha de fidelidade ao humanismo crítico de um dos seus mestres, Montaigne”, prossegue o Presidente, que também faz questão de salientar a humildade do pensador.

Entre todos os intelectuais portugueses da sua envergadura, nenhum outro foi tão alheio à altivez, à autossatisfação, ao desdém intelectual, ao desinteresse pelas gerações seguintes” elogia o chefe de Estado, que recordar a “honra” que Eduardo Lourenço lhe deu ao aceitar ser conselheiro de Estado.

O Presidente conclui com as condolências à família “pela perda deste amigo, deste sábio, desta figura essencial do Portugal que vivemos”.

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