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Correios em greve

Greve nos CTT. Empresa contabiliza 10,5% de adesão, sindicato fala de 50%

30 nov, 2020 - 18:30 • Lusa

Sindicato explica que a contabilização de 50% da adesão à greve baseia-se num universo que ronda os 3.100 trabalhadores, excluindo contratados a termo e chefias. Empresa apurou 10,5%, sem impacto expressivo na atividade da empresa.

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Os CTT garantiram que a adesão dos seus trabalhadores à greve desta segunda-feira rondou os 10,5%, mas o sindicato assegura que é de cerca de 50%, justificando a disparidade com formas diferentes de fazer a contabilização.

Victor Narciso, secretário-geral do Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações (SNTCT), afirma que a contabilização da adesão à greve da estrutura sindical é realizada num universo que ronda os 3.100 trabalhadores e que exclui contratados a termo e chefias que “não podem fazer greve porque seriam exoneradas”.

Em comunicado, os CTT informaram que, “tendo procedido ao registo no sistema de processamento de vencimentos dos trabalhadores aderentes à greve, apuraram uma taxa efetiva de adesão de apenas 10,5% até às 12H00 horas desta segunda-feira, sem impacto expressivo na atividade da empresa”.

Segundo a empresa, “a distribuição postal continua, portanto, a ser prestada durante o dia de hoje, não tendo esta paralisação tido impacto na atividade e operação, não se sentindo qualquer interrupção do serviço aos clientes. No respeitante às lojas CTT, a greve também não afetou o serviço, uma vez que todas as Lojas CTT se encontram abertas”.

Ainda assim, a empresa referiu que “nos locais onde eventualmente se sentirem eventuais constrangimentos os CTT, caso seja necessário, vão proceder, como habitualmente, a uma distribuição extraordinária de correio nos próximos dias”.

Victor Narciso, por sua vez, indicou que o SNTCT estima que a adesão à greve se mantenha em níveis próximos dos 50%, sendo que a paralisação irá ainda ocorrer na quarta e quinta-feira.

Em declarações à Lusa, no dia 17 de novembro, o secretário-geral do SNTCT disse que a greve deverá ter "um grande impacto no atendimento e no tratamento e distribuição de correspondência, mas é essa a intenção, para que a empresa perceba a indignação dos trabalhadores e a opinião pública perceba o que se passa nos CTT".

Victor Narciso lembrou que o processo negocial se arrastou desde o início do ano e acabou sem qualquer acordo, já em fase de conciliação do Ministério do Trabalho, com a empresa a alegar falta de liquidez para os aumentos salariais.

"A empresa disse que não tinha dinheiro, mas pouco depois distribuiu prémios, com critérios subjetivos, e antecipou o pagamento do subsídio de Natal, parece que o problema não seria a alegada falta de liquidez, mas sim a falta de vontade de aumentar os salários", afirmou, na altura.

Na passada sexta-feira, em comunicado, a Associação Nacional dos Chefes de Estação dos Correios (ANCEC) manifestou a sua total discordância e incompreensão em relação à greve geral considerando-a "totalmente inoportuna" e que "em nada vem contribuir para a união dos profissionais dos CTT".

A Associação Nacional de Responsáveis de Distribuição (ANRED), por seu turno, considerou que a paralisação "mais uma vez, tem na sua base motivações estritamente ideológicas e políticas" e referiu que, nas atuais condições, é "oportunista e lesiva dos interesses dos trabalhadores".

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