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Café, água, chá e vitamina C “alimenta” greve de fome em S. Bento

30 nov, 2020 - 09:51 • Redação

Nove empresários da restauração e da animação noturna entram hoje no quarto dia a greve de fome frente à Assembleia da República, em Lisboa.

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Café, água, chá e vitamina C “alimenta” greve de fome em S. Bento

Os elementos do movimento "Sobreviver a Pão e Água" exigem ser recebidos pelo primeiro-ministro ou pelo ministro da Economia. Queixam-se das medidas contra a pandemia que estão a arruinar muitos restaurantes e o negócio da diversão noturna e pedem mais apoios por parte do Estado.

O grupo, composto por oito homens e uma mulher, vai sendo saudado por pessoas que passam pelo acampamento montado em São Bento e que lhes deixam garrafões de água e chá, bem como palavras de força e de agradecimento por estarem a lutar pelos setores da restauração, discotecas e bares, cultura, eventos, alojamento e táxis.

O secretário adjunto e da Economia desconhece o movimento que se mantém em greve de fome. Contudo, em entrevista à RTP, João Neves garante que o Governo está aberto ao diálogo.

“Não conheço em concreto qual é esta iniciativa - são movimentos de natureza espontânea - que são muito compreensíveis na situação em que nos encontramos, mas um diálogo com as estruturas representativas dos diferentes setores é um traço comum e com certeza que mantemos essa disponibilidade.”

Na passada semana, aquele movimento organizou uma manifestação, também em frente à Assembleia da República, que juntou várias centenas de pessoas que pediam ao Governo que as deixe trabalhar, ou, não havendo essa possibilidade, apoios a fundo perdido para fazerem face às suas despesas.

O movimento "Sobreviver a Pão e Água" pediu no início do mês um pedido de audiência ao Presidente da República, ao primeiro-ministro e ao ministro de Estado e da Economia.

O Governo anunciou, na semana passada, as medidas de contenção da pandemia da Covid-19 para o novo período de estado de emergência: nas vésperas dos feriados, o comércio encerra a partir das 15h00 em 127 concelhos do continente classificados como de risco "extremamente elevado" e "muito elevado" e mantêm-se os horários de encerramento do comércio às 22h00 e dos restaurantes e equipamentos culturais às 22h30 nestes concelhos e em mais outros 86 considerados de "risco elevado".

No dia 14 deste mês, o ministro da Economia disse que o apoio excecional aos restaurantes dos concelhos abrangidos pelo estado de emergência para os compensar pela receita perdida nestes dois fins de semana acenderá a 25 milhões de euros e será pago em dezembro.

Os dados avançados pelo ministro indicam que dos 750 milhões de euros contemplados no programa Apoiar.pt - apoio a fundo perdido destinado a micro e pequenas empresas dos setores mais afetados pela crise com quebras de faturação superiores a 25% -, 200 milhões de euros serão absorvidos pelo setor da restauração.

O país está em estado de emergência desde 9 de novembro e até 8 de dezembro, período durante o qual há recolher obrigatório nos concelhos de risco de contágio mais elevado.

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  • Leal
    30 nov, 2020 Porto 14:10
    E durante anos que estes senhores encheram os bolsos, principalmente os cafés e discotecas, que ficaram e ficam com o IVA pago pelos clientes, uma vez que os clientes ao não pedirem fatura as empresas ficam com esse valor do IVA, se faturassem tudo as ajudas do governo seriam maiores. Vamos todos pedir faturas em cafés e discotecas para num futuro, havendo crise possam ser ajudados pelo governo. Quanto ao senhor que em parte encabeça o protesto, se não se sente bem neste país que vá para outro ou para o de origem, não sou contra os imigrantes, mas quando não nos sentimos bem mudamos.

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