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Jerónimo de Sousa eleito (de novo) secretário-geral do PCP com um voto contra

29 nov, 2020 - 10:59 • Susana Madureira Martins

Depois de meses de polémica em torno de uma eventual sucessão, o líder comunista mantém-se no cargo, tendo sido eleito por maioria, com um voto contra.

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Mantém-se tudo como dantes, quartel general em Abrantes. Jerónimo de Sousa tinha dado vários sinais de que iria manter-se como secretário-geral do PCP, por vezes com algumas notas de ironia, desafiando os jornalistas a apostarem numa tripla: ficar mais um mandato; ficar, mas sem cumprir os habituais quatro anos ou sair.

Afinal, fica mesmo como líder do partido, tendo sido eleito por maioria e com um inédito voto contra na noite de sábado na sessão do Comité Central reservada aos delegados, ficando agora por saber se Jerónimo vai mesmo cumprir o mandato até ao fim, ou seja, até 2024, data provável do próximo congresso do PCP.

Na mesma sessão do Comité Central, que decorreu no sábado à porta fechada, foi eleita por maioria a comissão política do órgão de cúpula do partido, que integra o secretário-geral; lá está também João Ferreira, candidato à Presidência da República nas eleições de janeiro, e cada vez mais apontado como hipótese para suceder a Jerónimo.

Os delegados ao XXI Congresso, que termina neste domingo, em Loures, elegeram ainda o secretariado do Comité Central, um órgão de direção restrito do PCP, que integra também o líder do partido e os autênticos maiorais comunistas, casos de Francisco Lopes ou de Jorge Cordeiro, um dos pontas de lança nas negociações orçamentais com o governo, sendo presença frequente nos corredores do parlamento.

Este órgão de direção do PCP, o secretariado do Comité Central, inclui duas novidades: Margarida Botelho, que já chegou a ser deputada e Paulo Raimundo do aparelho comunista de Setúbal.

Eleita está também a Comissão Central de Controlo, uma espécie de tribunal do partido, em que figuram elementos como Albano Nunes, de 79 anos, que na sexta-feira fez uma intervenção no Congresso de Loures em que defendeu que "o capitalismo tem de ser derrubado pela força", e em que entra como novidade, aos 76 anos, o antigo deputado Agostinho Lopes e Carlos Gonçalves de 69 anos.

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