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​“Rostos de Fátima”, a nova exposição do Santuário para ver de máscara

27 nov, 2020 - 18:25 • Maria João Costa

Abre a 2 de dezembro, na Basílica da Santíssima Trindade, a exposição “Rostos de Fátima – a fisionomia de uma paisagem espiritual”. A mostra, de entrada gratuita, revela a história de Fátima a partir dos nomes que a fizeram, mesmo de quem se opôs.

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É de máscara posta que, em tempo de pandemia, o visitante poderá percorrer as salas da nova exposição do Santuário de Fátima que revela os rostos daqueles que fizeram a sua história. Num percurso de sentido único, como impõem as regras da Direção-Geral da Saúde, a exposição “Rostos de Fátima – a fisionomia de uma paisagem espiritual” começa pelas caras dos Pastorinhos e termina com os peregrinos de todo o mundo que caminham até Fátima.

Com a curadoria de Marco Daniel Duarte, a mostra está dividida em dois momentos e começa com aqueles que foram os primeiros protagonistas. “Eles foram os primeiros peregrinos”, refere o organizador da exposição ao falar dos videntes de Fátima, Francisco e Jacinta Marto e Lúcia de Jesus que surgem logo no início da exposição numa fotografia, tirada em 1917 e que se tornou icónica. A estas imagens juntam-se também alguns registos vídeo de duas visitas de Irmã Lúcia ao Santuário de Fátima em 1946, ainda doroteia, e em 2000, já carmelita.

“Queremos mostrar rostos como a face de uma obra e de uma ação, e de um dinamismo muito específico da obra de Fátima e da construção da sua mensagem”, indica Marco Daniel Duarte, que explica que, no segundo momento, a exposição mostra aqueles que contribuíram para a propagação da mensagem. Entre estes, estão os rostos de nomes como Luis Fisher, João de Marchi, Luís Kondor ou o Papa João Paulo II.


A exposição faz também um enfoque nos bispos e reitores importantes na vida do Santuário, mas também daqueles que se opuseram a Fátima.

“A exposição não podia passar sem enfrentar o tema daqueles que se mostraram adversários”, explica à Renascença Marco Daniel Duarte. O comissário da exposição dá como exemplo uma das imagens que pode ser vista na exposição e que data de 1922 e mostra o momento em que a Capelinha das Aparições foi dinamitada.


Esta mostra revela também quem foram os artistas, poetas e literatos que abraçaram a causa e dedicaram o seu trabalho a Fátima, desde logo, José Ferreira Thedim – autor da imagem de Nossa Senhora –, mas também o arquiteto Álvaro Siza Vieira, autor de um conjunto de painéis de azulejos que integram a Basílica da Santíssima Trindade.

Os peregrinos são também protagonistas desta exposição. “A partir de uma reportagem fotográfica que foi feita ao longo de uma peregrinação pelo fotografo Tiago Miranda”, explica Marco Daniel Duarte, surgem os rostos dos que fazem o caminho de fé até Fátima.


“Normalmente não sabemos os nomes, mas conhecemos os seus atributos, o bordão, o colete refletor, os pés cansados”, explica o comissário que indica que tudo isso está refletido nesta nova exposição do santuário.

O organizador desta exposição assume, no entanto que “a partida esta é uma exposição incompleta”. Marco Daniel Duarte explica que “nunca se conseguirá ter todos os rostos de Fátima numa exposição”. Referindo-se aos peregrinos, este que é também o diretor do Museu do Santuário, lembra que “são muitos, têm várias fisionomias e vêm de vários lugares do mundo há já um século”.


A segunda parte da exposição composta por quatro núcleos é dedica ao subtítulo desta mostra, “A fisionomia de uma paisagem espiritual”. Aqui surgem os núcleos “Do Rosto Trinitário ao Rosto Humano de Deus”, “O Rosto do Anjo em Fátima”, “O Rosto da Humanidade peregrina” e termina com “O Rosto de Maria em Fátima”.

Nesta fase da exposição, o visitante vai poder, por exemplo, ver de perto a coroa da imagem de Nossa Senhora de Fátima. Completam-se no próximo ano 75 anos da coroação da imagem e o visitante da exposição vai terminar o percurso com “uma mensagem de esperança”, diz Marco Daniel Duarte.


O responsável explica que “mesmo nas contrariedades do mundo, é possível ter um sinal muito claro a partir de Fátima, de que há um clarão que se rasga sobre a Humanidade e essa coroa simboliza isso”. Evocando as palavras de Bento XVI em Fátima, o historiador recorda que o Papa disse que “Maria está coroada com as joias, com a prata e o ouro, mas também com a bala que simboliza as tristezas profundas da Humanidade”, lembrando o momento do atentado contra o Papa João Paulo II.

A exposição, de entrada gratuita, poderá ser visitar até 15 de outubro do próximo ano, de segunda-feira a domingo, das 9h00 às 13h00 e das 14h00 às 18h00.

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