26 nov, 2020 - 23:17 • Lusa
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Um erro hospitalar expôs os dados pessoais do presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, e de mais 16 milhões de pessoas.
As informações ficaram à disposição do público durante quase um mês, depois de um colaborador contratado pelo prestigiado Hospital Albert Einstein, de São Paulo, ter revelado numa plataforma uma lista de utilizadores, e respetivas senhas, para aceder aos sistemas do ministério da Saúde.
Dessa forma, ficaram expostos os dados de milhões de pacientes dos 27 estados federais, incluindo os do presidente Bolsonaro, que, em julho passado, esteve infetado com a Covid-19.
A falha permitiu filtrar endereços, números de telefone e doenças prévias desses 16 milhões de utentes, cujas informações constavam de dois bancos de dados do ministério da Saúde.
No primeiro, denominado E-SUS-VE, são reportados casos suspeitos e confirmados do novo coronavírus, quando o quadro de saúde do paciente é leve ou moderado; e o segundo, Sivep-gripe, inclui hospitalizações por síndromes respiratórias agudos graves.
O jornal Estadão tomou conhecimento do ocorrido através de uma denúncia que incluía uma hiperligação para a plataforma "github", utilizada por programadores informáticos para armazenar códigos e arquivos.
Dessa plataforma constavam os dados de utilizadores e as senhas de acesso ao banco de dados do ministério que foram publicados no dia 28 de outubro pelo funcionário do Albert Einstein.
Em comunicado, a unidade hospitalar reconheceu esta quinta-feira que o colaborador em questão "havia arquivado as informações de acesso a determinados sistemas" do ministério da Saúde "sem a proteção adequada", e, por isso, decidiu demiti-lo.
“A informação foi imediatamente retirada e o facto comunicado ao ministério da Saúde para que tomasse medidas que garantam a proteção dos dados”, acrescentou.
O Brasil é o país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, ao contabilizar o segundo maior número de mortos (mais de 6,1 milhões de casos e 170.769 óbitos), depois dos Estados Unidos.
Após cerca de dois meses em fase regressiva, os casos e internações por Covid-19 voltaram a crescer em várias regiões do país e alguns especialistas em epidemiologia já falam numa nova vaga, sem que o país tenha, de facto, abandonado definitivamente a primeira onda de contágios.