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Coronavírus

"Pior ainda está para vir" para doentes não Covid, diz presidente do São João

18 nov, 2020 - 14:38 • Lusa

Manter a assistência aos doentes “não-Covid” é um “desafio”, diz Fernando Araújo, que considera que os nossos filhos podem vier a viver menos do que nós.

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O presidente do centro hospitalar de São João, Fernando Araújo, alertou esta quarta-feira que “o pior ainda está por vir” para os doentes não-Covid-19, como os oncológicos, cujos casos não estão a ser identificados.

Intervindo na Convenção Nacional da Saúde, Fernando Araújo, que preside ao conselho de administração do maior hospital da zona Norte, afirmou mesmo que “se corre o risco de a esperança média de vida, que esteve sempre a aumentar nos países europeus, começar a reduzir”.

“Os nossos filhos podem vir a viver menos do que nós”, argumentou, apontando que manter a assistência aos doentes que não têm Covid-19 é nesta altura “um desafio”, com a procura de doentes infetados pelo coronavírus a juntar-se a “profissionais de saúde mais cansados” ou mesmo ausentes do trabalho, quer seja por estarem doentes, por estarem de quarentena ou por terem que estar com os filhos.

Apesar de os hospitais serem “dos locais mais seguros em termos de infeções”, as unidades públicas não estão a funcionar em rede “de forma suficientemente coerente ou articulada” que permita dar “uma resposta muito sustentada” à pandemia e a tudo o resto.

“Continuam muitos hospitais a trabalhar de forma isolada e isso não é o mais desejável”, declarou, frisando que “o planeamento e a organização são fundamentais, faltaram e continuam a faltar” e que é preciso envolver na rede hospitais privados e instituições sociais.

O presidente da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada, Óscar Gaspar, afirmou que os privados, que disponibilizaram mais de 600 camas para compensar as faltas nos públicos, incluindo 86 camas para doentes com Covid-19, já receberam mais de 500 doentes transferidos de hospitais públicos.

"A coordenação é das Administrações Regionais de Saúde, mas os hospitais é que definem quem vai", referiu, salientando que os cuidados de saúde primários não estão neste momento a ser "a porta de entrada do Serviço Nacional de Saúde" e propondo que "no presente e no futuro" os privados e instituições sociais poderão também ser chamadas a intervir neste setor.

A pandemia de Covid-19 provocou pelo menos 1.339.130 mortos resultantes de mais de 55,6 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 3.553 pessoas dos 230.124 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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  • FIlipe
    18 nov, 2020 évora 16:56
    Fazem de propósito para aniquilar nos crematórios milhares de Portugueses que consomem reformas e cuidados de saúde . Arranjaram uma maneira subtil de genocídio premeditado . Nunca mais , repito ; Nunca mais de viram brigadas a desinfetar espaços públicos e outros bens do domínio público . Os Chineses controlaram a transmissão e só depois vacinaram . Em Portugal vai surgir o dia que vão vacinar com milhares de casos ativos ainda . Este vírus comporta-se diferente do vírus da gripe , entre outros . Se não param as cadeias de transmissão , mesmo vacinando as pessoas de 4 em 4 meses , o vírus irá estar presente a multiplicar-se a daqui a 10 anos em Portugal , terá matado uma centena de milhar de inocentes . Parem , estão a destruir o que resta da economia , só os abutres estão a vingar por enquanto . Parem o país 15 a 20 dias e coloquem todos os infetados em espaços comuns confinados a sério para acabar com as cadeias de transmissão . Estar em casa é o engodo para o vírus se continuar a propagar . Parem e pensem de vez , já chega de palhaçadas e de brincarem com o fogo .

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