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Filas na ponte 25 de Abril. Controlos estão "a ser levados a um extremo inadmissível"

18 nov, 2020 - 00:07 • José Carlos Silva com redação

"As pessoas não deviam ter de estar sujeitas, no fim de um dia de trabalho, a estar numa fila que se pode até confundir com aquilo que é normal no verão, com as idas à praia, ou em horas de ponta", defende Luísa Ramos, da comissão de utentes da margem sul.

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Estão a ser levados a um ponto inadmissível os controlos rodoviários na ponte 25 de Abril noite após noite e madrugada adentro, no âmbito das restrições em vigor em 191 concelhos com elevado risco de contágio por Covid-19.

Quem o diz é Luísa Ramos, da comissão de utentes da margem sul, confrontada com queixas de moradores da outra margem do Tejo que, nas últimas noites, têm tido que enfrentar longas filas em Lisboa até entrar na ponte, à hora do regresso a casa depois do trabalho.

"As pessoas não deviam ter de estar sujeitas, no fim de um dia de trabalho, a estar numa fila que se pode até confundir com aquilo que é normal no verão, com as idas à praia, ou em horas de ponta", defende em declarações à Renascença.

Desde a quinta-feira passada, há recolher obrigatório entre as 23h e as 5h da manhã do seguinte, aos dias de semana, nos 191 concelhos com 240 casos ou mais casos de Covid-19 por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias -- uma lista que inclui os concelhos da Área Metropolitana de Lisboa, de um lado e de outro do Tejo.

Nesse contexto, a polícia tem estado a controlar a circulação rodoviária e as entradas e saídas de concelhos. Para os utentes da margem sul do Tejo, essas operações de controlo têm sido "levadas ao extremo".

Luísa Ramos retrata as filas à meia-noite e à 1h da manhã como se de uma hora de ponta se tratasse e pede "bom senso" e "respeito" por quem trabalha na margem norte e está de regresso a casa, muitas vezes utilizando o automóvel por não ter alternativa.

"Do nosso ponto de vista, isto está a ser levado a um extremo um bocado inadmissível, porque com a desregulação dos horários de trabalho, nem toda a gente acaba o seu trabalho às seis, às sete ou às oito. Há cada vez mais gente a trabalhar por turnos. Por outro lado, os transportes públicos não conseguem dar resposta a todas as necessidades, porque é óbvio que, se durante o dia já é complicado, a partir de certa hora nem sequer há [alternativa de transportes] para muitos sítios da margem sul."

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