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Arcebispo de Évora quer Pastoral Social mais proactiva e menos assistencialista

15 nov, 2020 - 17:19 • Rosário Silva

No Dia Mundial dos Pobres, celebrado no Centro de Recuperação de Menores, em Assumar (Monforte), D. Francisco Senra Coelho propõe, numa carta agora divulgada, a criação de um Serviço de Ação Social em cada paróquia, missão confiada à Cáritas arquidiocesana, que arranca já em dezembro com uma formação online.

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O arcebispo de Évora divulgou uma mensagem, para assinalar o Dia Mundial dos Pobres, celebrado a 15 de novembro, onde manifesta a sua preocupação com “as realidades sociais que se anteveem” neste período complicado que se vive, alertando para a necessidade de as instituições irem “além do puro assistencialismo”.

“O cenário de pandemia que nos assola, constituindo uma ameaça inesperada para a nossa vida, deve fazer-nos olhar com especial atenção e cuidado para quem está ao nosso lado, impelir-nos a identificar situações de carência, indo além do puro assistencialismo, e motivar-nos a ser um “coração que vê”, que se entrega e implica na resolução dos problemas de quem menos pode ou tem”, escreve, D. Francisco Senra Coelho.

No texto enviado à Renascença, o arcebispo refere que “atendendo ao momento atual, à missão da Igreja e aos sinais dos tempos”, é imperioso “incentivar um reforço da unidade entre os vários agentes da Pastoral Social da arquidiocese”, com a finalidade “de se prover uma estruturação concreta de respostas com dimensão local para os vários problemas sociais com que nos deparamos.”

Nesse sentido, tendo em conta a função da Cáritas arquidiocesana, é-lhe confiada, lê-se nesta carta, “a tarefa de em articulação com os párocos e com os demais agentes da Pastoral Social”, providenciar para que em cada paróquia “exista um Serviço Paroquial de Ação Social (Grupo Cáritas)”, constituído “por pelo menos três voluntários, bem como por representantes de instituições” já presentes nesse território.

“Os Grupos Cáritas promovem junto das comunidades um atendimento social de capilar proximidade fundamentado numa consciência esclarecida dos problemas de modo a suscitar atuações adequadas”, sublinha, o arcebispo de Évora, lembrando a importância do papel dos Serviços Paroquiais de Ação Social junto “de autarquias, instituições de solidariedade social, estabelecimentos de ensino aos diferentes níveis e outras forças vivas presentes no terreno.”

No texto, que é dirigido aos párocos e membros dos Serviços Paroquiais de Ação Social, D. Francisco Senra Coelho espera “empenho” e agradece a todos os que se “vão dedicar a estas propostas”, numa missão de “vivência da fraternidade”, tal como propõe o Papa Francisco na sua última encíclica.

Na sequência deste desafio, a Cáritas eborense, em parceria com a UNITATE – Associação de Desenvolvimento da Economia Social, já concebeu um programa de formação-ação, designado SPAS+, direcionado para a capacitação de todos os agentes da Pastoral Social.

Com a coordenação científica do Cónego Silvestre Ourives Marques, diretor do Departamento Sócio Caritativo da arquidiocese, esta formação foi estruturada à luz do documento da Conferência Episcopal Portuguesa “Serviços Paroquiais de Ação Social para uma Cultura da Dádiva – Indicações Práticas”, “procurando materializar-se numa efetiva oportunidade de atualização e formação para todos os que corporizam a Pastoral Social nas diversas paróquias”, explica a instituição, em comunicado.

As sessões deste curso, que é gratuito, iniciam em ambiente online no próximo mês de dezembro, podendo a respetiva inscrição ser realizada até ao 30 deste mês.

Arcebispo visita Centro de Recuperação de Menores

Além do documento agora divulgado, para assinalar o Dia Mundial dos Pobres, o arcebispo de Évora visita, também, a comunidade religiosa e as utentes do Centro de Recuperação de Menores, em Assumar, no concelho de Monforte, no distrito de Portalegre, sob a responsabilidade das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus.

Este Centro de Recuperação de Menores é um edifício estatal, administrado pelo Instituto das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus, desde 1968. A instituição possui uma lotação global de 120 camas, distribuídas em quatro unidades de internamento, onde é aplicado um processo terapêutico desenvolvido por todos os que constituem a Comunidade Hospitaleira: utentes e familiares, irmãs, colaboradores, voluntários e jovens em formação.

A prestação de cuidados de saúde, na área do tratamento e da reabilitação, a crianças e adolescentes do sexo feminino, com deficiência intelectual e outros problemas no âmbito da saúde mental, entre os 3 e os 17 anos de idade, resume a missão desta instituição que o pastor da diocese escolheu para visitar e celebrar este Dia Mundial dos Pobres.

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