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Caso Tancos

Advogados remetem para mais tarde reações ao depoimento de Marcelo

12 nov, 2020 - 23:41 • Teresa Paula Costa , com Redação

Antes de se pronunciarem, Ricardo Sá Fernandes e Rui Baleizão, advogados do major Vasco Brazão e do coronel Luís Vieira, vão analisar o depoimento escrito do Presidente da República no âmbito do processo de Tancos.

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O advogado Ricardo Sá Fernandes mostrou-se surpreendido, esta quinta-feira, com a publicação, na página da Presidência da República, do depoimento de Marcelo Rebelo de Sousa sobre o caso de Tancos.

Aos jornalistas que aguardavam no exterior do tribunal de Leiria, após mais uma sessão do julgamento, Sá Fernandes, defensor do major Vasco Brazão, antigo porta-voz da Polícia Judiciária Militar (PJM) prometeu que vai "ler com atenção” as palavras do Presidente no âmbito do caso do furto das armas dos paióis de Tancos.

“Havia, no fundo, duas questões que estavam colocadas ao senhor Presidente, sobre o que é que se tinha passado naquela reunião em Tancos em que ele esteve presente – suponho que deva ter relatado, com certeza com rigor, aquilo que aconteceu – e saber se depois disso, e antes do desencadear deste processo, que envolve as pessoas da PJM, se teve alguma informação", precisou o advogado.

Também Rui Baleizão, advogado do ex-diretor da Polícia Judiciária Militar, coronel Luís Vieira, se mostrou surpreendido com a publicação sem querer prestar declarações.

“Ainda não li as declarações. Nem o sr. Coronel Vieira nem qualquer representante vai fazer qualquer declaração sobre o que o sr. Presidente da República escreveu. A posteriori faremos o comentário adequado.”

A sessão desta quinta-feira foi preenchida com o interrogatório a Bruno Ataíde, o militar do Núcleo de Investigação Criminal da GNR de Loulé, que disse em tribunal que João Paulino lhe garantiu que nunca foi mentor nem autor do furto do armamento de Tancos, negando todo e qualquer envolvimento no crime, agindo, apenas, como um informador.

Por outro lado, Ataíde negou ter conhecimento de que a PJM pudesse estar a investigar João Paulino como autor do crime.

Segundo o militar da GNR, arguido neste caso de Tancos, João Paulino, que conhecia desde a infância, começou a demonstrar ter receio de revelar mais informações e Bruno Ataíde tê-lo-á aconselhado a ir falar com a PJM, o que Paulino não terá feito.

O militar admitiu ainda que era conversa recorrente entre os oficiais da PJM Vasco Brazão e Pinto da Costa que o caso era de importância tal que estava a ser acompanhado pelo então ministro da Defesa, Azeredo Lopes. Se isso era verdade ou não, Bruno Ataíde disse não saber.

À saída do tribunal, Fernando Cabrita, o advogado de Bruno Ataíde disse ter sido um testemunho muito importante para a descoberta da verdade e congruente com as declarações prestadas no processo de instrução.

“Faço votos que essa verdade se descubra e está a ser a dito dentro daquilo que foram exatamente as declarações que prestou em sede de instrução.”

Para esta quinta-feira tinha sido também marcado o interrogatório ao Major Vasco Brazão, mas o militar lembrou que para a sua defesa falta conhecer o conteúdo do disco rígido que a Polícia Judiciária (PJ) lhe apreendeu e que ainda não foi devolvido, pelo que pediu ao tribunal 10 dias para que o disco lhe seja restituído e analisado.

Na próxima sessão, marcada para segunda-feira, 16 de novembro, será dada continuidade ao interrogatório a Bruno Ataíde.

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