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Covid-19. BE critica abertura de supermercados às 6h30

12 nov, 2020 - 11:38 • Lusa

“O que está a ser pedido aos trabalhadores é uma violência tremenda que é feita com a desculpa da pandemia”, defende Catarina Martins.

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A coordenadora do BE, Catarina Martins, defendeu nesta quinta-feira que o Governo devia “agir fortemente” para travar “o abuso” que representa o Pingo Doce abrir as suas lojas às 6h30 no fim de semana “com a desculpa da pandemia”.

Na quarta-feira, foi anunciado pela Jerónimo Martins que iria antecipar a abertura da “maioria das suas lojas” Pingo Doce para as 6h30, no fim de semana, devido às limitações de circulação, para evitar a concentração de pessoas durante a manhã.

Nesta quarta-feira, numa conferência de imprensa para apresentar medidas de emergência na resposta à segunda vaga da crise pandémica, Catarina Martins, questionada sobre esta possibilidade, foi perentória: “não faz nenhum sentido e o Governo devia agir fortemente sobre isso”.

“Estão a utilizar a pandemia como uma forma de um enorme abuso sobre os trabalhadores e os seus horários, porque aquilo que está a ser pedido aos trabalhadores, nomeadamente do Pingo Doce, que passem a abrir às 6h30, é uma violência tremenda que é feita com a desculpa da pandemia”, condenou.

Na perspetiva da líder do BE, tem-se “visto muitos abusos aos trabalhadores com a desculpa da pandemia”, sendo este “seguramente um deles” e por isso “o Governo devia travá-lo”.

“Como sabem, em Portugal, quando foi decretado o encerramento do pequeno comércio ao fim de semana, embora as grandes superfícies possam continuar abertas, não foram decretadas medidas sobre concorrência. Noutros países, por exemplo, as grandes superfícies estão limitadas à venda de bens essenciais”, acrescentou.

O BE, segundo Catarina Martins, “não pretende ter uma polémica sobre cada uma das medidas de restrição”, mas deixa claro que “não tem sentido que os hipermercados possam aumentar uma concorrência desleal para com o pequeno comércio, alargando ainda mais os seus horários”.

Depois deste anúncio, o presidente da Área Metropolitana do Porto (AMP), o socialista Eduardo Vítor Rodrigues, pediu ao Governo se pronuncie sobre os horários de abertura das superfícies comerciais nos fins de semana e critica “decisões individuais” que “podem pôr em risco o espírito das regras”.

No mesmo dia, o sindicato dos trabalhadores de supermercados confirmou à Lusa ter recebido queixas sobre abertura antecipada para as 6h30 no fim de semana e diz que, “com ou sem estado de emergência, os direitos dos trabalhadores não estão suspensos”.

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