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Lisboa e Aveiro palco de protestos do setor da restauração

11 nov, 2020 - 07:38 • Redação com Lusa

Alegam que as medidas anunciadas pelo Governo, de recolhimento obrigatório mais alargado nos fins-de-semana dos próximos 15 dias, vão penalizar fortemente o setor.

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Vai ser uma manhã de novos protestos. Empresários da restauração contestam em Lisboa e Aveiro as novas medidas no âmbito do estado de emergência que afetam o setor.

Apesar dos anunciados apoios do Governo para o sector da restauração, que se diz fortemente penalizado com as medidas impostas pelo estado de emergência, empresários e colaboradores voltam a protestar.

Em Lisboa, a iniciativa é dos empresários do bairro de Alfama que têm protesto marcado em frente à Assembleia da República.

Ao final da manhã, o autarca de Lisboa vai apresentar um plano de apoio a fundo perdido ao comércio e restauração da cidade.

O jornal de “Negócios” adianta que restaurantes e lojas vão receber até oito mil euros da autarquia – um apoio dirigido às empresas que estejam com quebras de, pelo menos, 25% na sua faturação.

O valor do apoio dependerá da dimensão das empresas: As que têm faturação anual até aos 100 mil euros podem receber um apoio de quatro mil euros, empresas que faturam entre 100 mil e 300 mil euros receberão um apoio de seis mil euros e as que têm um volume de negócios de 300 mil a 500 mil euros poderão receber, no máximo, oito mil euros.

O apoio será dividido em duas vezes: a primeira parte será paga em dezembro deste ano e a segunda em fevereiro de 2021.

Em Aveiro, um grupo de empresários da restauração agendou duas manifestações: a primeira acontece esta quarta-feira de manhã, com concentração na Praça do Peixe; a outra será no sábado, em hora e local a divulgar, decorrerão em formato de marcha lenta.

“A massa empresarial do setor da restauração e bebidas de Aveiro discorda profundamente das medidas de recolher obrigatório decididas pelo governo, que levarão à extinção de parte significativa dos postos de trabalho, bem como à inviabilidade económica da continuação da sua atividade”, disse à Lusa Luís Almeida, um dos promotores.

Restauração e alojamento perdem 49 mil empregos

A Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) disse hoje que o setor perdeu 49 mil postos de trabalho no terceiro trimestre deste ano, de acordo com uma carta aberta enviada ao primeiro-ministro.

"Na data presente já sabemos que a restauração, similares e alojamento perderam mais de 49.000 postos de trabalho no 3.º trimestre de 2020 (período normal de maior empregabilidade) e de acordo com o último inquérito da AHRESP, 41% das empresas de Restauração e Similares ponderam ir para insolvência e 19% do alojamento turístico vai no mesmo sentido", adiantou a associação.

"Sabemos do difícil e instável cenário que vivemos, sabemos que a atual situação pandémica nos dificulta a vida a todos, mas não é possível continuar neste rumo desastroso para as nossas atividades económicas", lê-se na missiva.

A AHRESP alerta o primeiro-ministro que "a cada quinzena que passa, os agentes económicos veem alteradas as regras do jogo, com toda a incerteza e insegurança que essa situação gera, a que acrescem todos os custos com que se confrontam e lhes têm vindo a ser exigidos", de acordo com a carta.

Para a associação, as novas restrições, que impõem uma "proibição de circulação na via pública", diariamente "no período compreendido entre as 23h00 horas e as 5h00 horas, com a medida agravada aos fins de semana, em que a circulação é proibida das 13h00 horas às 5h00 horas" são "um ataque sem precedentes", tendo em conta que "muitos estabelecimentos de restauração e similares realizam grande parte da sua faturação, precisamente, ao fim de semana".

"Não podemos compreender que sejam estabelecidas uma série de exceções, algumas de natureza comparável, como é o caso da exceção de circulação para efeitos de deslocação, por exemplo, a supermercados que, saliente-se, frequentemente têm no seu interior estabelecimentos em tudo idênticos aos de restauração" lamenta a AHRESP.

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  • Ivo Pestana
    11 nov, 2020 Funchal 10:00
    E com razão. Festas, ambiente familiar e transportes públicos, estes são os focos mais perigosos. Nos restraramente ou nunca. As pessoas têm de ganhar o seu pão.

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