10 nov, 2020 - 17:07 • Henrique Cunha
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A administração do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa admite que a unidade continua sob pressão por causa das infeções por Covid-19.
Numa resposta por escrito a um pedido de esclarecimento da Renascença, a unidade revela que, neste momento, estão internados 197 doentes, dos quais 10 em cuidados intensivos.
O Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa deixou, contudo, sem resposta a denúncia da Ordem dos Enfermeiros de que, neste momento, há 14 doentes infetados a aguardar internamento.
O presidente da secção do Norte da Ordem dos Enfermeiros, João Paulo Carvalho, garantia, na tarde desta terça-feira, que “ o número está sempre a aumentar” e que “há cerca de duas horas, o número era de 12 pessoas no serviço de urgência à espera de internamento, mas entretanto, subiu para 14”.
João Paulo Carvalho volta a aludir à saturação dos profissionais de saúd: "Os profissionais já não aguentam mais. Não é possível continuar a prestar cuidados seguros e de qualidade nestas circunstâncias."
O enfermeiro garante que a visita da ministra da Saúde, na semana passada, ao Hospital Padre Américo não teve efeitos práticos. Tratou-se, na sua opinião, de uma ilusão.
"Se tivesse sido feito algo com sustentabilidade no tempo, passado quatro dias não estaríamos exatamente com os mesmos números que tínhamos antes da visita da senhora ministra. Chamem-lhe um passo de mágica, uma cortina de fumo, uma ilusão, chamem-lhe o que quiserem. O que nós sabemos é que, realmente. naquele dia em que a senhora ministra esteve no Padre Américo, não havia doentes na urgência. O hospital tinha muito menos doentes internados do que nas semanas anteriores. Passados três dias da visita da senhora ministra, o cenário é exatamente igual ao que era antes da sua deslocação", desabafa.