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É urgente travar contágios. Médico pede a portugueses para serem “heróis”

07 nov, 2020 - 13:03 • Vítor Mesquita com redação

O presidente da Sociedade de Cuidados Intensivos apela ao respeito rigoroso das regras de saúde pública.

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É urgente travar os contágios pelo novo coronavírus. O alerta é do presidente da Sociedade de Cuidados Intensivos, depois de o jornal “Expresso” noticiar que os cuidados intensivos só aguentam mais dez dias.

O médico João Gouveia considera que mais do que contar os dias até uma eventual rutura dos serviços é importante travar os contágios. “Cada doente está em média 10 a 12 dias em medicina intensiva. Portanto, dez dias de seguida ainda lá estão todos, ou seja, são mil doentes e nós não temos capacidade para os ter acamados e continuar a tratar os outros doentes. É impossível.”

Apesar de reconhecer que pode haver uma melhor organização dos serviços e que os hospitais podem aumentar a sua capacidade no campo da medicina intensiva, este especialista defende que a prevenção é o melhor remédio e apela à responsabilidade individual.

“Na primeira vaga houve aquela grande manifestação de solidariedade para com o pessoal de saúde, mas, neste momento é preciso que essa solidariedade seja individual – de cada um com ou outro - e que as pessoas sejam uns heróis em suportar mais este tempo que é necessário para controlar a curva.”

Segundo João Gouveia, as pessoas já se esqueceram das imagens que viram de Itália, de Espanha e de outros países no início da pandemia. “É bom que se lembrem dos horrores que vimos para concluírem que não podemos continuar como estamos. Temos que permanecer em casa, evitar ajuntamentos, respeitar as distâncias e lavar as mãos com frequência. Se não fizermos isso agora, provavelmente o caos vai ser muito maior.”

Segundo o jornal, a manter-se a média de 4.100 casos diários dos últimos sete dias, as camas para doentes críticos, com e sem covid, vão esgotar a meio do mês.

Recolher obrigatório, proibição de ajuntamentos e aumento da testagem. São três das medidas que o presidente do Conselho das Escolas Médicas Portuguesas gostava de ver sair do Conselho de Ministros, deste sábado. O Governo reúne para decidir a estratégia de contenção da Covid-19, no quadro do Estado de Emergência.

Em Portugal morreram 2.792 pessoas dos 166.900 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

Mais de 1,24 milhões de óbitos e 49.3 milhões de infetados pelo novo coronavírus foram registados em todo o mundo desde a sua deteção na China, segundo um levantamento feito pela Agência France-Presse (AFP) esta manhã.

A pandemia provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2 matou pelo menos 1.243.513 pessoas no mundo desde que foi detetado em dezembro de 2019, na China.

Desde o início da pandemia, foram notificados pelo menos 49.316.540 casos de infeção, dos quais, pelo menos 32.215.500 já são considerados curados.

Com 236.099 mortes em 9.739.897 casos, os Estados Unidos são o país mais afetado em termos de mortes e infeções, de acordo com a contagem da Universidade Johns Hopkins.

Depois, surge o Brasil, com 162.015 mortes e 5.631.181 casos, a Índia, com 125.562 mortes em 8.462.080 casos, o México, com 94.323 mortes e 955.128 casos, e o Reino Unido, com 48.475 mortes e 1.146.484 casos

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  • Cidadao
    08 nov, 2020 Lisboa 10:56
    Não têm de ser "heróis" têm apenas de cumprir as normas: máscara bem colocada, distância social, lavagem e desinfeção constante de mãos e sobretudo, deixarem-se de festas selvagens, com álcool a rodos e onde ninguém usa máscara. Querem continuar na desbunda como se não houvesse pandemia e isso trás os resultados que se vêem.

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