05 nov, 2020 - 18:01 • Pedro Mesquita
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A situação no Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa não deixou de ser preocupante com a intervenção do Governo. A unidade hospitalar continua a passar por dificuldades no combate à Covid-19, sublinha o presidente da Câmara de Penafiel, Antonino de Sousa, à Renascença.
"A situação continua a ser preocupante. Um aspeto menos negativo é que, entretanto, o Ministério [da Saúde] já se consciencializou que a situação é grave, era e continua a ser, e já adotou algumas medidas, por exemplo, estabelecer parcerias com o setor privado que pudessem libertar camas. O que felizmente já está a ser feito", constata o autarca esta quinta-feira.
No mesmo âmbito, a secção de testagem "já saiu das proximidades da urgência para um 'drive-thru' localizado no exterior do hospital". O que continua a ser necessário é um reforço de reforços humanos, que ainda não sucedeu.
Enfermeira neste hospital que engloba unidades de (...)
Também em declarações à Renascença, o presidente da Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa, Gonçalo Rocha, destaca a pressão a que a unidade hospitalar tem sido sujeita, face à "força do número de casos que têm surgido nestas últimas semanas".
"Infelizmente, tem levado a que o centro hospitalar tenha tido uma pressão enorme e um crescimento a cada dia que passa do número de pessoas internadas. Entendemos que a solução que está a ser encontrada neste momento permite diminuir essa pressão que tem vindo a existir e que tem causado um problema muito sério nos profissionais de saúde", refere.
A grave situação no centro hospitalar penafidelense já tinha sido constatada, à Renascença, pela enfermeira Patrícia Marques: "Parece que estamos a jogar tetris, não sabemos onde pôr os doentes."
Cenário que confirmam, agora, o presidente da Câmara de Penafiel e o presidente da Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa.
O presidente da Secção Regional do Norte da Ordem (...)
Gonçalo Rocha não diz que a intervenção do Governo seja tardia, contudo refere que "era inevitável o crescimento do número de casos".
O que é urgente, sublinha o presidente da Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa, é recrutar mais profissionais de saúde:
"A contratação de mais pessoal é efetivamente necessária, por força da exaustão. As pessoas estão cansadas e também há os casos positivos que surgem nos próprios profissionais de saúde. Portanto, há a necessidade premente de recrutar mais gente para o sistema, de forma a conseguirmos combater este problema."
A nível nacional, no combate à pandemia da Covid-19, Gonçalo Rocha considera que é importante conciliar o controlo da propagação do vírus com a vida das pessoas, "que tem de existir porque o país não pode parar outra vez".
"Temos de conseguir conciliar as duas coisas e, sobretudo, apelar a que todos assumam comportamentos responsáveis, evitando os convívios os ajuntamentos, porque é aí que têm surgido os principais focos de contaminação nestes últimos tempos", conclui.