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"​Football Leaks". Defesa de Rui Pinto solicita "registo criminal total" de ex-administrador da Doyen

05 nov, 2020 - 12:44 • Liliana Monteiro

Durante a sessão 22 do julgamento, Nélio Lucas, assistente e testemunha do caso, questionou o coletivo de juízes quando se agilizava o seu pedido do registo criminal: "Mas eu estou aqui a ser julgado?”

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Ouvido pelo segundo dia consecutivo, Nélio Lucas, ex-administrador da Doyen respondeu a várias questões levantadas pela própria defesa de pelo coletivo de juízes, até que a sua defesa pediu ao tribunal que fosse solicitado, e anexado ao processo, um registo criminal da testemunha para mostrar o seu cadastro limpo.

Este facto mereceu automaticamente comentário por parte da defesa de Rui Pinto que advertiu o tribunal para a necessidade de um documento completo. O advogado Teixeira da Mota sublinhou, “que seja pedido pelo tribunal um Registo Criminal, mesmo com factos prescritos e eliminados ou cancelados pelo tempo”, admitindo que só assim se poderia concluir que a testemunha tem cadastro limpo.

“Mas eu estou aqui a ser julgado?”, questionou a testemunha. A juíza Margarida Alves fez questão de esclarecer que não, salientando que tal pedido estava a ser feito pela sua própria defesa.

O arguido referiu que possuía apenas um registo criminal do Reino Unido com data de 2016 e outro Português de 2019 e entregou essa documentação de forma voluntária na audiência.

A defesa de Nélio Lucas, (queixoso no processo Football Leaks por alegada tentativa de extorsão por parte de Rui Pinto) pediu a junção do registo criminal como forma de contrapor a contestação junta ao processo por Rui Pinto, que alega a existência de antecedentes criminais de Nélio Lucas que, em ultima instância, impediriam que fosse intermediário em transferências no futebol.

Nos emails enviados a Nélio Lucas e analisados durante a sessão, o arguido Rui Pinto, a 7 de outubro de 2015 terá afirmado, “desde que começamos a conversar que deixei de publicar informação. Só publiquei uma carta do Rojo para manter circo mediático. Como prova da minha boa vontade, vou enviar um documento do Tribunal Arbitral do Desporto contra o SCP”. Mais tarde terá admitido entregar ou destruir a documentação mediante um pagamento.

Nélio Lucas leu ainda outro e email também ele recebido em outubro, “já passaram dois dias e o meu advogado informou-me que não foi contactado por si nem pelo seu advogado. O que tenho é muito comprometedor. Tem oportunidade de adquirir a informação de forma low profile. Ultimamente tenho recebido propostas para adquirir o material”, e acrescentou: “como já lhe disse a imprensa europeia anda a salivar por mais informações da Doyen. Não posso manter as informações parada mais tempo. Domingo é a data limite, depois é um salve-se quem puder”.

A testemunha que se queixa de extorsão por parte de Rui Pinto afirmou que o arguido nunca colaborou ou trabalhou para a Doyen. Voltou a sublinhar que nunca ponderou pagar o dinheiro que o arguido pedia entre 500 mil e um milhão eu euros.

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