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Tancos: João Paulino assume assalto e conta pormenores. "Sabia que paióis não têm chupa-chupas"

03 nov, 2020 - 18:31 • Lusa

Ex-fuzileiro relatou em tribunal como o assalto foi preparado e executado, inclusivamente que foi numa noite de difícil visibilidade.

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O arguido João Paulino contou, esta terça-feira, em tribunal, com muitos pormenores, a forma como ele e mais dois arguidos assaltaram dois paióis de Tancos, a 28 de junho de 2017, referindo desconhecer que material de guerra continham.

Na segunda sessão de julgamento, que decorre em Santarém, o ex-fuzileiro relatou como o assalto foi preparado e executado, numa noite de difícil visibilidade. Terão participado também os arguidos João Pais e Hugo Santos. Foi ilibada a participação do outro arguido, Valter Santos, que chegou a confessar o crime no primeiro interrogatório.

Questionado sobre porque foram assaltados aqueles dois paióis (14 e 15), João Paulino afirmou: ”Foi por acaso, fomos para o lado esquerdo e eram os que estavam mais junto à rede. Não sabia que material continham, mas eu fui militar e sabia que os paióis não têm ramos de rosas nem chupa-chupas”.

O assalto, segundo Paulino, foi cometido na noite de 27 para 28 de junho de 2017, por ele próprio e pelos arguidos Hugo Santos e João Pais. Isto depois de ter sido feito um primeiro reconhecimento aos paióis por parte dos arguidos Fernando Santos, António Laranginha e Gabriel Moreira, que desistiram de participar no furto.

João Paulino confessou que foi ele que cortou a rede, que João Pais tinha o dispositivo para arrombar fechaduras, que Paulo Lemos lhe tinha sugerido, e que Hugo Santos ficava a fazer vigilância.

O processo de Tancos tem 23 acusados, incluindo o ex-ministro da Defesa, Azeredo Lopes, o diretor nacional da Polícia Judiciária Militar (PJM) Luís Vieira e o ex-porta-voz da PJM Vasco Brazão. Estes respondem por um conjunto de crimes que vão desde terrorismo, associação criminosa, denegação de justiça e prevaricação até falsificação de documentos, tráfico de influência, abuso de poder, recetação e detenção de arma proibida.

Nove dos arguidos são acusados de planear e executar o furto do material militar e os restantes 14, entre os quais Azeredo Lopes, que se demitiu do cargo político no seguimento do processo, e os dois elementos da PJM, da encenação que esteve na base da recuperação do equipamento.

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  • Filipe
    04 nov, 2020 évora 00:09
    São as profissões de futuro que toda a juventude ambiciona , ladrões de armas e ladrões de documentos na informática , tem perdão . Uma vergonha Nacional ! Tal como Camarate , nunca se vai saber o porquê de elevado valor da documentação informática alegadamente de propósito encriptada na extorsão de verbas monetárias e porque razão era aquele armamento todo , se bem que deviam estar no banco dos arguidos todos os criminosos desde os que sabiam e aqueles que cometiam crimes denunciados pela fragilidades dos bit´s da informática .

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