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Forças Armadas

​Despacho do ministro é “ridículo e uma provocação aos militares”, acusam oficiais

03 nov, 2020 - 19:23 • Ana Rodrigues

Ministro da Defesa Nacional determinou a "prontidão, ativação e colaboração das Forças Armadas" para ações contra a pandemia de Covid-19.

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Os oficiais estão revoltados com o despacho do ministro da Defesa, publicado esta terça-feira em Diário da República, que “determina a prontidão, ativação e colaboração das Forças Armadas” no combate à pandemia da Covid-19.

Em declarações à Renascença, o presidente da Associação de Oficiais das Forças Armadas (AOFA), António Mota, garante que esse “apoio já existe desde março”. Ou seja, “o despacho não traz nada de novo e só serve o propósito da autopromoção de alguém que nunca conseguiu resolver os problemas dos militares”.

O despacho assinado por João Gomes Cravinho, em 28 de outubro, refere que “os ramos das Forças Armadas vão contribuir com os recursos humanos e materiais que se revelem necessários a apoiar as entidades competentes”.

Uma situação que é encarada pelo representante dos oficiais como “uma provocação que chega até a roçar a ofensa despudorada”.

António Mota considera que “esta atitude de colocar as Forças Armadas em prontidão por parte do Ministério da Defesa, só se compreende pela necessidade de vir a terreiro dizer: ‘agora é que é! Agora é que as Forças Armadas vão estar ao serviço da população.... e sou eu que mando’".

Por tudo isto, António Mota classifica o documento como “hilariante, ridículo e uma provocação aos militares”, esperando que “os portugueses não se deixem ser manipulados”, já que este despacho “só faria sentido se tivesse sido escrito em março e não agora”.

O dirigente da AOFA lamenta, no entanto “que o ministro da Defesa não tivesse aproveitado para acrescentar no despacho a autorização de verbas e dotar de meios, designadamente logísticos e financeiros as Forças Armadas para que possam cumprir estas missões, não tendo que estar a dispor dos seus parcos orçamentos de funcionamento para as custear, tendo assim de pôr em causa outras missões”.

A Renascença contactou o Estado Maior General das Forças Armadas e o Ministério da Defesa, mas não foi possível obter esclarecimentos sobre a razão deste despacho.

Comentários
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  • José Gaspar
    04 nov, 2020 Leiria 18:20
    O Chefe de Estado maior dizer que está à disposição mas não pode agir sem ordens superiores, muito mal ia uma País seja Portugal ou outro que os chefes militares agissem sem ser por ordem dos superiores, seja ele o Ministro da Defesa, ou da Administração Interna, ou só precisam de ordem superior se for para intervir fora do País? Perguntar não ofende: onde estava a  Associação de Oficiais das Forças Armadas (AOFA) quando há uns anos tiraram regalias há Forças Armadas? Há quantos anos todos os Governos têm tirado verbas ás Forçadas Armadas enão os oficiais a revoltarem-se como agora, é estranho algumas atitudes deste grupo da AOFA.
  • Ivo Pestana
    04 nov, 2020 Funchal 10:41
    Apoio as ideias do Sr. Ministro. O país precisa de todos.

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