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Opinião de Ribeiro Cristovão
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​Falsos adeptos, até quando?

29 out, 2020 • Opinião de Ribeiro Cristovão


Numa altura em que se reclama cada vez com mais intensidade a presença de público nos estádios futebol, o comportamento destes energúmenos representa um claro bater na tecla do retrocesso nessa pretensão, vinda de vários quadrantes.

Aquilo que aconteceu no último sábado no estádio de São Miguel, em Ponta Delgada, no decorrer do jogo entre o Santa Clara e o Sporting Clube de Portugal, não pode deixar de constituir motivo de preocupação e de reflexão.

Como se sabe, um grupo de supostos adeptos do clube visitante desatou, a determinada altura, a proferir inaceitáveis insultos dirigidos, primeiro, à colectividade açoriana, e depois, ao presidente dos leões, facto que os delegados ao jogo registaram no seu relatório e acabaram por estar na origem de uma multa de 510 euros que o Sporting terá de liquidar.

Os visados foram então assinalados como fazendo parte da Juventude Leonina, uma claque que, como todos sabemos, deixou de ser reconhecida e de ter relações com quaisquer departamentos da colectividade leonina.

Numa altura em que se reclama cada vez com mais intensidade a presença de público nos estádios futebol, o comportamento destes energúmenos representa um claro bater na tecla do retrocesso nessa pretensão, vinda de vários quadrantes.

Não apenas se estranha mas, mais do que isso, condena-se esta persistente actuação, com origem sabe-se bem em quê e manobrada por quem, que causa prejuízos ao clube e afecta a sua reputação.

Dois factos se estranham, no entanto, em tudo isto: antes de mais, como foi permitida a entrada daquela gente, quando a escassa presença de público parece tornar fácil a sua identificação, e depois, sabendo-se que a claque citada não tem existência legal, por que razão actua o Conselho de Disciplina desta maneira?

Muito melhor do que a reacção da justiça federativa teria sido a acção anterior das autoridades, no sentido de evitar espectáculo tão degradante como aquele que se tornou visível no estádio de São Miguel.

Por tudo isto, continuam a ter razão quantos entendem ser preferível o estádio José Alvalade continuar vazio, do que dar azo à presença indesejável de falsos adeptos, cujo objectivo é tão somente o de manter o clube em sobressalto e causar-lhe fartos prejuízos.

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