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Sabe como plantar uma horta na sua varanda? Há uma exposição que explica

28 out, 2020 - 17:49 • Maria João Costa

“Hortas de Lisboa – Da Idade Média ao século XXI” é a exposição que pode ver no Pavilhão Preto do Palácio Pimenta. É uma mostra que revela a história da evolução das hortas na cidade de Lisboa e as histórias de quem as planta.

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Vemo-las à beira da autoestrada e das vias rápidas, nas varandas dos prédios no meio da cidade. As hortas estão na moda e há uma exposição em Lisboa que conta a sua história e ajuda-o a fazer a sua própria horta em casa.

Se quer entrar nessa aventura de ser hortelão, poderá visitar de terça-feira a domingo, das 10h00 às 18h00 a exposição “Hortas de Lisboa – Da Idade Média ao século XXI” patente no Pavilhão Preto do Palácio Pimenta.

É uma mostra que revela não só a evolução das hortas na cidade de Lisboa, mas também as histórias de quem as planta.

A comissária Daniela Araújo explica à Renascença que na génese da exposição esteve a questão da “soberania, segurança e sustentabilidade alimentar da cidade”.

“A importância dos circuitos curtos agroalimentares, na forma como as cidades se alimentam”, diz Daniela Araújo, foi também outro dos pontos de partida para a conceção desta exposição. Foi o processo de pesquisa que conduziu a equipa até ao tema das hortas na cidade.

A exposição, que reúne oito casos ilustrativos de hortelãos de Lisboa de hoje em dia, mostra “as diferentes formas das pessoas se relacionarem com as suas hortas”, muitas delas têm origens diferente refere a comissária. Daniela Araújo explica que há exemplos de Cabo Verde, do Irão, mas também de outras zonas de Portugal. Essas geografias traduzem-se também nos produtos hortícolas que plantam.

Entre a Idade Média e o século XXI, cidade teve vários tipos de hortas. “Na época medieval, além das hortas de proximidade que existiam nos quintais, havia vastas áreas associadas a cursos de água”, explica a comissária da exposição que dá como exemplos a “Ribeira de Valverde que corresponde hoje, à Avenida da Liberdade e a Ribeira de Arroios, que corresponde hoje à Avenida Almirante Reis”.

Papel importante na história das hortas tiveram as ordens monásticas, aponta Daniela Araújo que dá o exemplo do Convento de São Bento, onde hoje está a Assembleia da República, onde eram plantadas hortas ara fins medicinais. Curiosamente a finalidade de bem-estar e saúde, é ainda hoje apontada pelos hortelãos do século XXI como uma prioridade.

“Há uma dimensão que é constante em todos os testemunhos que recolhemos. A horta é um espaço terapêutico, no qual as pessoas observam os ritmos da natureza e é um espaço de produção hortícola que tem importância no orçamento das famílias, mas é também um espaço onde as pessoas plantam produtos que são fundamentais para a sua saúde”, descreve a comissária Daniela Araújo que assina a exposição em colaboração com Joana Sousa Monteiro e Mário Nascimento do Museu de Lisboa.

Na exposição há, para o visitante, indicações de como fazer “uma horta numa varanda e uma horta num quintal” indica a responsável que explica que “num espaço reduzido” é possível ter “uma diversidade de produtos promovendo a consorciação de plantas em diversos estratos, rentabilizando o pouco espaço disponível”. Se estiver interessado em perceber como pode montar a sua horta caseira, basta visitar esta exposição de terça a domingo. Nos terceiros domingos de cada mês poderá ainda contar com visitas guiadas.

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  • Bruno
    28 out, 2020 aqui 19:40
    A vidinha urbana é uma tristeza.

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