28 out, 2020 - 21:28 • José Pedro Frazão
Em contramão com os que no PSD consideraram que a “geringonça” socialista foi ilegítima em 2015, Paulo Rangel recorda que nunca pôs em causa a legitimidade de um governo constituído à esquerda após a vitória em termos percentuais do PSD de Passos Coelho para o Parlamento nacional em 2015.
“Aquilo que é normal num regime com as nossas características e com o estatuto dos Açores é indigitar o partido que chegou à frente para procurar uma solução. Se conseguir encontrar uma solução de governo, governa. Se não for capaz, indigita -se o que vem a seguir.”, argumenta o dirigente do PSD no programa “Casa Comum” da Renascença.
O eurodeputado ressalva que não advoga qualquer solução mas acrescenta que “é no Parlamento que os Governos se formam, não é nas urnas”.
Casa Comum
As eleições nos Açores e os cenários de coligações(...)
Questionado sobre a influência do Chega para alcançar uma maioria de direita no Parlamento açoriano, Rangel desvaloriza e opta por criticar as opções do PS em Lisboa.
“O Partido Comunista Português defende a Venezuela e a Coreia do Norte que são regimes terríveis e está a apoiar o Orçamento. Como é que o PS é capaz de ser apoiado no Orçamento por esse partido? Sempre disse que para mim extrema esquerda e extrema direita é a mesma coisa”, afirma Rangel no debate com o socialista José Luís Carneiro, atual secretário-geral adjunto do PS.
O PS foi o partido mais votado nas eleições regionais açorianas mas perdeu a maioria absoluta e os votos da esquerda são inferiores ao número de lugares à direita onde é possível formar uma maioria com PSD, CDS, Iniciativa Liberal e Chega.
Paulo Rangel fala numa derrota “retumbante” e “politicamente profunda” dos socialistas nos Açores, com um duplo impacto.
“Perde a maioria absoluta quando estava a contar com ela. E não é capaz de fazer uma maioria absoluta com a geringonça, aliás já desfeita no Continente”, remata Rangel.