27 out, 2020 - 12:04 • Filipe d'Avillez , Aura Miguel
Os jovens estão a mostrar que os modelos económicos antigos estão ultrapassados e que é possível ter em conta a dimensão espiritual na economia, diz o especialista Luigino Bruni, que esta terça-feira apresentou em conferência de imprensa o evento “A Economia de Francisco”, uma iniciativa do Papa que pretende explorar e apresentar novos modelos para a economia mundial.
O encontro era suposto já se ter realizado em março, mas foi adiado por causa da pandemia. As novas datas são de 19-21 de novembro e terá lugar inteiramente online. Estão inscritas 2.000 pessoas de 115 países, na esmagadora maioria jovens, auxiliados por adultos especialistas.
O professor Luigino Bruni, que participa na organização, descreve este evento como “o mais vasto movimento de jovens economistas e empreendedores do mundo”.
“Nasceu um movimento espalhado por todo o mundo. Este é o primeiro grande e importante resultado do A Economia de Francico: jovens empenhados numa economia nova, à altura de tempos novos, que estão a mostrar como a economia do Século XX está ultrapassada”, diz.
“Estamos a entrar na era do bem comum e surge uma economia nova. Não basta uma economia ‘verde’ para haver uma economia de Francisco. É preciso que haja inclusão dos pobres, protagonismo dos jovens e cultivo da vida interior”, acrescenta.
Para Bruni o modelo económico atual peca por estar virado apenas para o exterior. “A economia de ontem é toda externa, toda investida em bens exteriores e por isso esqueceu os muitos bens invisíveis, como os bens relacionais e os bens morais. O ativo que mais falta às empresas é o capital espiritual”.
Também presente na Conferência de imprensa, a irmã Alessandra Smerilli explicou que este encontro resulta de nove meses de trabalhos à distância, divididos entre 12 “aldeias temáticas”, nomeadamente “trabalho e cuidado, management e dom, finança e humanidade, agricultura e justiça, energia e pobreza, lucro e vocação, políticas para a felicidade, CO2 da desigualdade; business e paz, economia é mulher, empresas e transição, vida e estilos de vida”.