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​Ainda não havia Covid e jovens portugueses já eram dos mais interessados em saúde pública

22 out, 2020 - 11:43 • Lusa

Estudantes portugueses surgem em quinto lugar no Programa Internacional de Avaliação dos Alunos, na preocupação com assuntos globais, só ultrapassados pelos alunos da Albânia, Grécia, Lituânia e Malta.

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Os estudantes portugueses são dos que mais se preocupam com assuntos globais, com destaque para temas de saúde pública e para as pandemias, segundo um inquérito da OCDE feito em 2018.

Esta é uma das conclusões do VI relatório do Programa Internacional de Avaliação dos Alunos (PISA), divulgado esta quinta-feira, que se focou em perceber se os jovens têm as competências necessárias para viver num mundo interconectado, através de respostas de milhares de alunos de 15 anos de 63 países.

No relatório "Estarão os jovens preparados para prosperar num mundo interligado?" são analisados vários itens, entre os quais perceber o interesse dos alunos em assuntos globais mas também interculturais e locais.

Através das respostas dos alunos dadas durante a realização das provas do PISA 2018, foi possível desenhar um índice de consciência das questões globais.

Em causa estavam sete questões: mudanças climáticas e alerta global, saúde global, migração, conflitos internacionais, fome ou desnutrição, causas da pobreza e igualdade entre homens e mulheres.

Os estudantes portugueses surgem em quinto lugar na preocupação com assuntos globais, só ultrapassados pelos alunos da Albânia, Grécia, Lituânia e Malta.

Os assuntos que menos atraíam os jovens em 2018 eram precisamente os temas de saúde, tais como as pandemias, e os conflitos internacionais. Apenas cerca de 65% disse estar familiarizado com estes dois temas.

No entanto, os portugueses voltaram a destacar-se no que toca à conscientização sobre questões de saúde pública, como pandemias.

Em primeiro lugar surgiram os alunos da Albânia, seguindo-se a França, Grécia, Hong Kong (China), Lituânia e, finalmente, Portugal (mais de 70%).

Já os estudantes da Argentina, Áustria, Brunei Darussalam, Indonésia, Coreia, Líbano, Arábia Saudita e República Eslovaca eram os menos cientes desta problemática.

Tendo em conta as respostas de todos os alunos, o estudo mostrou que as raparigas se preocupavam mais com estas questões, assim como foi entre os alunos de estatuto socioeconómico mais elevado que se notou mais esta atenção.

A igualdade de género foi o tema que reuniu mais jovens: 83% dos alunos da OCDE disse conhecer bem ou estar familiarizado com o tema.

A migração, as alterações climáticas, as causas da pobreza e fome, assim como a subnutrição em algumas regiões do mundo, foram outros dos temas que 78% dos jovens afirmaram estar familiarizados.

O mesmo questionário foi feito aos pais, que revelaram mais preocupação do que os filhos com os problemas globais. Curiosamente, no cruzamento de dados, notou-se a influência parental nas atitudes dos jovens.

O relatório revelou que a transmissão transgeracional de atitudes tem mais força que o estatuto socioeconómico.

Os pais que se interessam em aprender sobre outras culturas, por exemplo, tendem em transmitir esse interesse aos filhos. Os casos mais visíveis desta transmissão transgeracional foram observados no Brasil, Chile, República Dominicana, Coreia, México e Portugal.

O relatório do PISA focou-se nas atitudes e valores dos jovens para perceber se estão bem preparados para viver num mundo onde comunidades culturalmente diversas estão digitalmente ligadas.

O PISA é o maior inquérito sobre educação a nível mundial, no qual participaram em 2018 cerca de 600 mil alunos de 15 anos de 79 países ou economias.

O objetivo do VI volume do PISA era perceber se os jovens têm capacidade para perceber temas interculturais, globais e locais, mas também se percebem e apreciam diferentes perspetivas do mundo, se interagem de forma respeitosa com outras pessoas, e se agem no sentido de melhorar o bem-estar coletivo.

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  • Ivo Pestana
    22 out, 2020 Funchal 14:49
    Não acredito.

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