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Cinema

Em ano de pandemia, o Doclisboa estende o festival ao longo de seis meses

21 out, 2020 - 16:32 • Maria João Costa

A18.ª edição do Doclisboa decorre de outubro a março de 2021, com 206 filmes de 49 países em cartaz. Há 31 estreias mundiais.

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“Atípica” é a palavra que um dos novos diretores do Doclisboa usa para caraterizar a 18.ª edição do Festival Internacional de Cinema documental que começa quinta-feira, em Lisboa. Miguel Ribeiro explica que fizeram alterações profundas “para entrar em diálogo com os tempos que vivemos”.

Em ano de pandemia de Covid-19, o DocLisboa alargou o seu período de vida. Em vez da habitual concentração de exibições no mês de outubro, este ano o festival vai decorrer ao longo de seis meses, entre outubro e março, com a programação dividida em seis blocos temáticos.

À Renascença, Miguel Ribeiro explica que “cada módulo de programação será apresentado com uma ideia orientadora”. A ideia para o mês de outubro é a palavra “Sinais”. O diretor do festival justifica a temática dizendo que “sinaliza o que virá a seguir”.

Entre 22 de outubro e 1 de novembro em salas como a Culturgest, Cinemateca Portuguesa e Cinema São Jorge irão receber uma seleção de filmes representativos da programação pensada para cada um dos momentos dos próximos meses.

A sessão de abertura será com “Nheengatu – A Língua da Amazónia”, de José Barahona. Miguel Ribeiro indica que “é um filme que segue ao longo do Rio Negro as comunidades indígenas que falam a língua Nheengatu que foi imposta na época colonial e que resulta do cruzamento do português com as línguas originárias. Hoje funciona como uma espécie de língua de resistência porque está a desaparecer.”

Haverá também “uma retrospetiva de cinema da Geórgia e um ciclo focado no Trabalho e as formas como o Trabalho permite pensar a sociedade em que vivemos”, acrescenta o diretor.

Em cartaz estão também outros cinco filmes: “Mon Amour”, de David Teboul; “É Rocha e Rio, Negro Leo”, de Paula Gaitán; “Guerra”, de José Oliveira e Marta Ramos, “Chelas Nha Kau”, do colectivo Bataclan 1950 e Bagabaga Studios e “Kubrick by Kubrick”, de Gregory Monro fazem o primeiro momento do Doclisboa.

Numa edição onde as questões de segurança dos espetadores estão acauteladas e onde se pede ao público para usar máscara nas salas de projeção, o Doclisboa pensou a programação como “uma viagem” refere Miguel Ribeiro.

“Parte-se da ideia de que somos permanentemente acusados por outros territórios, outros tempos, que vivemos coletivamente em deslocação, que a nossa vida acontece sempre atravessada por outras pessoas” explica o programador que para o mês de novembro elegeu a palavra “Deslocações” como linha programática para o cinema que vão apresentar entre os dias 5 e 11.

Posteriormente, e até março haverá mais quatro módulos programáticos. De 3 a 9 de dezembro será o Doclisboa será dedicado aos “Espaços de Intimidade”, depois entre 14 e 20 de janeiro a semana terá como tema “Ficaram Tantas Histórias por contar”, de 4 a 10 de fevereiro o enfoque é sobre “Arquivos do Presente” e o último modulo será dedicado à ideia “De onde venho, para onde vou”.

Miguel Ribeiro faz questão de sublinhar que a segurança em ano pandémico está acima de tudo. “As salas estarão reduzidas a 50%, há gel desinfetante por todos os espaços e a experiência pode manter-se com toda a segurança” garante o diretor do Doclisboa.

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