20 out, 2020 - 14:00 • Maria João Costa
“Li este livro como quem escuta Moçambique”, disse o escritor Mia Couto sobre “O Gato Que Chora Como Pessoa”, a obra com que o autor moçambicano Geremoas Mendoso venceu a décima edição do Prémio Branquinho da Fonseca na categoria Juvenil. O livro, anuncia a editora Caminho, chega agora às livrarias.
O vencedor, hoje com 24 anos, é enfermeiro licenciado pela Faculdade de Ciências de Saúde da Universidade Lúrio, em Nampula, a cidade onde nasceu. Tem também uma formação em Primeiros Socorros e em Epidemiologia de parasitas oportunistas.
“O Gato Que Chora como Pessoa” é o seu livro de estreia. Com ele candidatou-se ao prémio, atribuído pela Fundação Calouste Gulbenkian que tem como “objetivo incentivar o aparecimento de jovens escritores (entre os 15 e os 30 anos) de literatura infantil e juvenil”.
Sobre “O Gato Que Chora Como Pessoa” e sobre este jovem autor, escreveu o Prémio Camões Mia Couto: «Se o nome Geremias Mendoso pode parecer estranho, este livro causa ainda maior perplexidade. Raramente um texto de estreia contém já aquilo que um escritor busca em toda a sua carreira: uma voz própria, um modo único de narrar.»
Segundo Mia Couto, também ele publicado pela Caminho, “não foi apenas esta obra de Geremias Mendoso que foi premiada”. No olhar do autor de “Histórias Abensonhadas” todos foram “premiados com a revelação deste jovem talento”.
A décima edição do Prémio Branquinho da Fonseca distinguiu também na Modalidade Infantil, o escritor Rui Miguel Coelho de 27 anos, natural de Viana do Castelo e formado em Biologia com o livro “A Migração das Alforrecas” e atribuiu uma Menção Especial ao texto “Esta cobra não pode perder a pele”, de Ana Catarina Milhazes.