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Espanha

Covid-19. Região de Madrid estuda possibilidade de recolher obrigatório

20 out, 2020 - 13:04 • Sofia Freitas Moreira com Lusa e Redação

À semelhança do que já foi implementado noutros países europeus, como em França e na Alemanha, Madrid está a estudar a hipótese do recolher obrigatório. Em Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa também já admitiu que a medida é uma possibilidade com contornos cada vez mais reais.

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A região de Madrid está a estudar a possibilidade de pedir ao Governo central espanhol que declare o recolher obrigatório para garantir que não há deslocações em determinadas horas do dia, como foi decidido em França.

O responsável pela Saúde da comunidade autónoma de Madrid, Enrique Ruiz Escudero, disse esta terça-feira de manhã, num encontro organizado pela agência Europa Press, que esta possibilidade tem sido discutida internamente no seu departamento. "Nesta situação em que vivemos com a pandemia, qualquer opção que envolva restrição de atividade ou de mobilidade deve ser estudada", salientou Enrique Ruiz Escudero.

O responsável pela região onde se encontra a capital espanhola, a mais atingida até agora pela pandemia de Covid-19, explicou que esta comunidade autónoma não tem autoridade jurídica para adotar esta medida excecional, que é da responsabilidade do Governo e que, na sua opinião, "não seria aplicável apenas em Madrid, mas em toda a Espanha".

"É uma decisão que não vemos com maus olhos", acrescentou Ruiz Escudero.

O Ministério espanhol da Saúde vai reunir-se na quarta-feira com os responsáveis pela saúde das comunidades autónomas, que têm competências para tomar decisões nesta área, esperando-se que do encontro saia algum tipo de indicação comum para enfrentar a pandemia.

O estado de emergência com limitações à deslocação de pessoas está em vigor até sexta-feira em nove concelhos da região de Madrid, entre eles o da capital do país, sendo de prever uma alteração dessas medidas.

As várias comunidades autónomas espanholas têm tomado medidas diversas para conter a propagação da pandemia, como a da Catalunha que decidiu na semana passada fechar todos os cafés, bares e restaurantes durante 15 dias e reduzir a lotação dos centros comerciais para 30% e dos ginásios em 50% para tentar conter o avanço da Covid-19.

A progressão da pandemia na Europa tem levado vários países a tomar medidas para baixar a sua incidência, como em França, onde o Governo impôs o recolher obrigatório em nove regiões do país a partir de sábado passado.

Macron anunciou que a medida está em vigor durante seis semanas e está instaurado entre as 21h00 e as 06h00 na região de île de France (região parisiense), Lille, Ruão, Saint-Etienne, Toulouse, Lyon, Grenoble, Aix-en-Provence e Montpellier.

O desrespeito destas regras, em França, podem levar à aplicação de multas, como aconteceu no período de confinamento. A multa é de 135 euros e pode agravar-se até 1.500 euros.

Algumas cidades alemãs também adotaram medidas semelhantes que vigoram, pelo menos, até 31 de outubro.

Face ao preocupante aumento de novos casos de Covid-19 na Alemanha, com particular enfoque nesses centros urbanos, as cidades alemãs de Berlim e Frankfurt anunciaram a imposição de recolher obrigatório e novas restrições aos contactos sociais

Por cá, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, já mostrou, na semana passada, abertura à implementação de novas restrições, indicando, por exemplo, a possibilidade de se impôr o recolher obrigatório.

“Se há um agravamento brutal da situação, que não desejamos, tudo o que tiver de ser decidido será decidido em graus progressivos de intervenção”, avisou Marcelo.

Na altura, o chefe de Estado destacou três indicadores importantes no que toca à situação epidemiológica de Covid-19 em Portugal – o aumento do número de infeções, o aumento do número de internados em unidades de cuidados intensivos (UCI) e o número de óbitos.

E sobre este último, alerta que, "se o número de mortes disparar para várias dezenas por dia, aí teremos um problema grave que atravessa toda a sociedade portuguesa".

A pandemia de Covid-19 já provocou mais de 1,1 milhões de mortos no mundo desde dezembro do ano passado, incluindo 2.198 em Portugal.

Na Europa, o maior número de vítimas mortais regista-se no Reino Unido (43.726 mortos, mais de 741 mil casos), seguindo-se Itália (36.616 mortos, mais de 423 mil casos) Espanha (33.889 mortos, mais de 974 mil casos), e França (33.623 mortos, mais de 910 mil casos).

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