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Investigadores vão avaliar impacto das alterações climáticas no Côa

19 out, 2020 - 14:19 • Olímpia Mairos

O projeto prevê também a análise do impacto económico, para estabelecer uma ligação entre as atividades económicas que contribuem para o PIB regional, definindo indicadores diretos e indiretos de influência climática. As previsões estendem-se ao ano de 2100.

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Um grupo de investigadores vai avaliar o impacto das alterações climáticas e medidas de adaptação para as principais culturas agrícolas na região do Vale do Côa, no âmbito do projeto CoaClimateRisk.

Coordenado por Hélder Fraga, investigador do Centro de Investigação e Tecnologias Agroambientais e Biológicas (CITAB) da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), o projeto tem como parceiros a ADVID, a SOGRAPE, a Fundação Côa Parque, a Universidade do Minho e dois consultores internacionais, a Unifi, Itália e a LIST, Luxemburgo.

De acordo com o investigador responsável, este projeto “vai desenvolver e aplicar novas metodologias de modelação de culturas, novas simulações de modelos climáticos de última geração, cenários de emissão e modelos de culturas. Será também feito o estudo das medidas de adaptação, que serão simuladas em climas futuros, como a rega, coberto vegetal, e seleção de variedades”.

O investigador da UTAD acrescenta ainda que os dados recolhidos irão contribuir para calcular uma zonagem bioclimática de alta resolução das culturas selecionadas em climas atuais e futuros, com previsão até 2100.

“Essa zonagem revelará não apenas a adequação atual, mas também futura, de uma determinada região a uma cultura específica. Posteriormente, serão utilizados modelos dinâmicos de culturas para avaliar os impactos das alterações climáticas na produtividade potencial das culturas, à escala local”, adianta Hélder Fraga.

O projeto prevê também a análise do impacto económico, para estabelecer uma ligação entre as atividades económicas que contribuem para o PIB regional, definindo indicadores diretos e indiretos de influência climática, por exemplo, volumes de vendas e níveis de custo.

Esse elo será, segundo o investigador, “a base para construir macro cenários regionais socioeconómicos que representem a exposição às mudanças climáticas das diversas atividades socioeconómicas”.

A agricultura é no Vale do Côa a base económica na região. As vinhas e os olivais representam cerca de 10% da área total, mas há outras culturas importantes como a castanha e a amêndoa.

Daí que informação fornecida por este projeto seja “da maior relevância” para as partes interessadas do setor agrícola do Vale do Côa, uma vez que “permitirá desenvolver e promover medidas adequadas para mitigar os riscos das alterações climáticas”, salienta Hélder fraga.

O investigador nota que, embora as alterações climáticas possam representar uma ameaça importante, são também “uma oportunidade para desenvolver medidas de adaptação sustentáveis” que podem mitigar significativamente os “impactos da mudança climática sobre essas culturas e sobre a economia regional/nacional, em geral”.

O projeto CoaClimateRisk é financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia em cerca de 222 mil euros.

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