19 out, 2020 - 19:26 • Lusa
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) está preocupada com o aumento de casos da Covid-19 na Europa e na América do Norte e insiste na importância de os governos quebrarem as cadeias de transmissão.
Numa conferência de imprensa online, a partir de Genebra, o diretor-geral da OMS alerta para uma “situação difícil e perigosa, tanto para os doentes como para os profissionais de saúde”, à medida que os casos aumentam e, com eles, também o número de pessoas que precisam de camas de hospitais e de cuidados intensivos.
“Sei que há cansaço, mas o vírus mostrou que, quando baixamos a nossa guarda, pode voltar a uma velocidade vertiginosa e ameaçar hospitais e sistemas de saúde”, alerta Tedros Adhanom Ghebreyesus.
Razão pela qual o responsável máximo da OMS alerta para a necessidade de os governos se concentrarem no essencial para salvar vidas, encontrar os casos, isolá-los e colocar em quarentena todos os contactos, assegurando bons cuidados clínicos, apoiando e protegendo os trabalhadores da saúde e as pessoas mais vulneráveis.
Por outro lado, Maria Van Kerkhove, responsável da luta contra a epidemia, insiste também na necessidade do isolamento das pessoas infetadas com a doença bem como os seus contactos, forma de quebrar as cadeias de transmissão.
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“Sem isolar e manter a quarentena” não é possível combater o vírus, disse a especialista, salientando que a propagação da covid-19 é por vezes muito intensa em determinados locais de cada país, e que são precisas “estratégias e intervenções onde são mais necessárias”.
Já Michael Ryan, diretor do programa de emergências em saúde da OMS, lembra que, na Europa, houve um aumento de 50% dos casos de covid-19, que nalguns países chegou a dois terços, com aumento de hospitalizações e de mortes.
“Não é uma prisão, é partir a cadeia de transmissão”, disse, reafirmando que, por muito difícil que seja, cada contacto de um caso positivo de covid-19 deve ficar de quarentena.
Na conferência de imprensa, o diretor-geral da OMS revelou, ainda, que 194 países já aderiram à iniciativa que a OMS lidera de acesso universal a potenciais vacinas (COVAX) e anunciou o início da campanha “We Are Family”, para promover a solidariedade e a colaboração globais na luta contra a Covid-19.
A campanha tem por base a música dos anos 1970 e vai ser trabalhada por Kim Sledge, do grupo de irmãs que lançou o êxito musical em 1979, “Sister Sledge”, e pela organização internacional da área social “World We Want”. Kim Sledge e Natasha Mudhar, fundadora da organização, estiveram na conferência de imprensa.
Pandemia de Covid-19
“Não é garantido que qualquer vacina em particular(...)
A iniciativa encoraja as pessoas a gravarem vídeos a cantar a música, que depois poderão fazer parte de um vídeo global e que será uma espécie de hino da luta contra a pandemia.
“We Are Family” é “um hino global que apela ao que o mundo mais precisa neste momento - solidariedade, unidade e colaboração. Trabalhando juntos, como uma família global, para o futuro”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 1,1 milhões de mortos e mais de 40 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 2.198 pessoas dos 101.860 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.