Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

Papa aceita demissão de bispo polaco acusado de encobrir abusos sexuais

17 out, 2020 - 16:29 • Lusa

O bispo da diocese polaca de Kalisz, Edward Janiak, vai ser provisoriamente substituído por Grzegorz Rys, o arcebispo de Lodz.

A+ / A-

O Papa Francisco aceitou a demissão do bispo da diocese polaca de Kalisz, Edward Janiak, acusado de ter encoberto casos de pedofilia no país, noticia a agência Efe, este sábado.

Para o seu lugar, o sumo pontífice nomeou como administrador desta diocese, em “sede vacante”, de forma provisória, Grzegorz Rys, o arcebispo de Lodz.

Janiak, 68 anos, deixa o bispado sete anos antes do previsto no Código de Direito Canónico, num momento em que está no centro de um caso que alega o seu encobrimento de abuso sexual de menores.

A controvérsia foi reavivada recentemente após a emissão do documentário “Zabawa w Chowanego” (“Jogo de Escondidas”), que alega que o bispo teve conhecimento dos casos de pedofilia na Polónia, país onde o catolicismo tem forte influência.

O filme, realizado pelos irmãos Marek e Tomasz Sekielski e que está disponível na plataforma de partilha de vídeos Youtube, com milhões de visualizações, levou a Conferência Episcopal Polaca a pedir ao Vaticano para investigar as alegações na Polónia.

O documentário refere-se em detalhe à história de dois irmãos, vítimas de abusos sexuais cometidos por um padre que beneficiava da proteção tácita, mas evidente, de Edward Janiak.

O anterior documentário de Tomasz Sekielski, intitulado “Não digas a ninguém”, divulgado há um ano, foi visto 23,9 milhões de vezes no YouTube.

Na ocasião, provocou um choque e reação ao mais alto nível da hierarquia eclesiástica e do poder, mas de seguida o tema quase desapareceu do espaço público.

Mas, em outubro, um tribunal polaco associou a “tortura” os atos de pedofilia perpetrados na década de 1980 por um padre católico, implicando a sua prescrição, uma decisão sem precedentes na Polónia.

Os dois filmes de Sekielski questionam a responsabilidade da hierarquia católica, mas sem abordarem a ausência de reação durante o pontificado do Papa João Paulo II, que continua a ser venerado na Polónia.

No entanto, Tomasz Sekielski já anunciou um próximo documentário sobre “o papel de João Paulo II na dissimulação dos crimes perpetrados por padres”.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+