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A taxa de ocupação das camas em unidades de cuidados intensivos está em 67%, apesar do agravamento da evolução da pandemia de Covid-19, revelou esta sexta-feira o secretário de Estado da Saúde, Diogo Serra Lopes.

“Do universo específico de camas em cuidados intensivos, das atuais 569 camas ativas de categoria polivalente adulto, a taxa de ocupação até ontem [quinta-feira] é de 67% e em nenhuma região do país é superior a 70%. Estas 569 camas representam já um acréscimo de resposta face à lotação oficial normal dos hospitais, sem questões pandémicas, que é de 511 camas”, esclareceu o governante na conferência de imprensa de atualização dos dados da pandemia.

A capacidade atual do Serviço Nacional de Saúde (SNS) foi realçada face ao que existia em março, com Diogo Serra Lopes a assegurar que estes números podem ser expandidos quase para o dobro, embora isso possa implicar uma suspensão de atividade assistencial não urgente.

“Face a essas 511 camas, temos a capacidade de atingir rapidamente - e sem impacto na atividade programada nos hospitais - 704 camas, isto é, mais 38% da capacidade. Caso sejamos forçados, pela evolução da pandemia, a suspender a atividade não urgente, esse número de camas disponíveis em UCI poderá passar a 944, isto é, mais 85% de capacidade”, frisou, sem deixar de explicar que a expansão é “programada” pelos hospitais.

Já nas administrações regionais de saúde (ARS) do Norte e de Lisboa e Vale do Tejo, as mais pressionadas pelo aumento do número de infeções pelo novo coronavírus, o membro do Governo adiantou que as duas regiões representam 11.800 das 21.000 camas de enfermaria existentes no SNS e que apenas 1.000 estão presentemente alocadas a doentes Covid, com uma taxa atual de ocupação de 69%.

O investimento realizado ao longo do ano no SNS foi uma constante na mensagem do secretário de Estado da Saúde, tendo enfatizado a contratação de “mais 5.000 profissionais, entre médicos, enfermeiros, assistentes técnicos e operacionais e técnicos superiores” ou a disponibilização de 731 ventiladores para os hospitais, passando ainda pelo redimensionamento da capacidade de testes e da linha de apoio SNS24.

“A capacidade de testagem mais do que triplicou face a março, tendo já atingido em vários dias desta semana valores superiores a 30 mil testes diários e a linha SNS24 bateu esta semana recordes de utilização, atendendo mais de 20 mil chamadas diárias sem um aumento significativo dos tempos de espera”, notou, apelando repetidamente ao cumprimento das regras de prevenção da propagação do SARS-CoV-2: “É essencial não baixarmos a guarda”.

Portugal regista hoje 2.608 novos casos de infeção com o novo coronavírus, o valor diário mais elevado desde o início da pandemia de Covid-19, e 21 mortos, segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS).

É o terceiro dia consecutivo que Portugal tem mais de dois mil novos casos, após os 2.072 registados na quarta-feira e os 2.101 na quinta.

Desde o início da pandemia, Portugal já registou 2.149 mortes e 95.902 casos de infeção, estando ativos 37.697 casos, mais 1.602 do que na quinta-feira.