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Caso Tancos. Arguido João Paulino já devolveu munições e granadas à PJ

16 out, 2020 - 20:42 • José Carlos Silva com Lusa

Advogado do principal arguido do caso Tancos confirma à Renascença que armas ainda na posse de João Paulino já foram devolvidas.

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Foram já entregues à Policia Judiciária (PJ) as munições e as granadas que faltava recuperar do assalto aos paióis de Tancos.

A informação foi confirmada esta sexta-feira à Renascença pelo advogado de João Paulino, o principal arguido do processo, que se tinha disponibilizado para entregar o armamento que faltava, como avançado em primeira mão pela Renascença há uma semana.

O seu advogado, Carlos Melo Alves, não dá por garantido que seja todo o armamento em falta, mas garante que é tudo o que estava ainda na posse do cliente, começando por confirmar a devolução, que terá tido como ponto de recolha Ansião, a terra natal de João Paulino.

"É verdade que o meu cliente, tal como já havia solicitado ao tribunal, devolveu o armamento que estava na sua posse. O que posso dizer é que foi devolvido tudo o que estava na posse do meu cliente."

Questionado sobre o que espera que a Justiça faça após esta atitude de João Paulino, o advogado volta a lembrar que o sistema penal português prevê que "quem tiver determinados comportamentos pode beneficiar de determinadas prerrogativas da lei", nomeadamente uma atenuação da pena quando o material roubado é devolvido.

"O que ele espera é que a lei seja cumprida, como com qualquer cidadão", sublinha Carlos Melo Alves.

O início do julgamento dos 23 arguidos do caso Tancos, entre os quais está o antigo ministro da Defesa Azeredo Lopes, está marcado para 2 de novembro, no Tribunal de Santarém.

Entre os 23 acusados estão também o ex-diretor nacional da Polícia Judiciária Militar (PJM) Luís Vieira, e o ex-porta-voz da PJM Vasco Brazão, estando em causa crimes que vão desde terrorismo, associação criminosa, denegação de justiça e prevaricação até falsificação de documentos, tráfico de influência, abuso de poder, recetação e detenção de arma proibida.

Nove dos arguidos são acusados de planear e executar o furto do material militar dos paióis nacionais e os restantes 14, entre os quais Azeredo Lopes, que se demitiu do cargo ministerial no seguimento do processo, e os dois elementos da PJM, da encenação que esteve na base da recuperação do equipamento.

O caso do furto das armas foi divulgado pelo Exército em 29 de junho de 2017 com a indicação de que ocorrera no dia anterior, tendo a recuperação de algum material ocorrido na região da Chamusca, Santarém, em outubro de 2017, numa operação que envolveu a PJM, em colaboração com elementos da GNR de Loulé.

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