13 out, 2020 - 19:51 • Filomena Barros
Uma corrida solidária, que vai ligar a paróquia de Nova Oeiras e São Julião da Barra (Oeiras) a Fátima, está a angariar donativos para garantir alimentação e escola a 100 crianças do Bairro da Lixeira, na província angolana de Benguela.
As organizadoras – Sílvia Duarte e Carla Monteiro Grilo – pretendem fazer os 170 quilómetros a correr, mas, admitem, que no final do percurso já podem ter de andar. Seja como for, o objetivo é unir, passo a passo, a sede dos Escuteiros em Oeiras ao Santuário.
“Decidimos partir da sede escutista de São Julião da Barra até Fátima a correr, durante três dias. Pedimos às pessoas para correrem connosco, comprando metros, cada metro custa um valor simbólico de 10 cêntimos, as pessoas dão o que quiserem, por forma a nós conseguirmos, primeiro, contruir esta ponte, o nosso projeto chama-se Kesinha Ly Eyau, que significa, precisamente, “do outro lado da ponte” e, neste caso, é construir uma ponte até Fátima”.
É a Carla Grilo que dá a voz a este desafio, que lhe foi lançado pela Sílvia. A corrida solidária é mais uma iniciativa para ajudar o Bairro da Lixeira, em Benguela (Angola), onde existe uma escola com 6 mil alunos, que poderá ser ampliada para receber mais crianças.
Uma parte da verba já conseguida com a venda de metros da corrida, já seguiu para pagar um contentor com comida: “Dos 50 quilómetros que já temos vendidos, parte já estamos enviar, porque o Canadá ofereceu ao Bairro e à paróquia (Santo Estevão) um contentor, e eles ficam com o contentor parado no cais porque não têm como o desalfandegar, e o contentor está cheio de comida que não se pode desperdiçar, e com essa comida nós damos também apoio ao projeto alimentar”, explica Carla Grilo, para reforçar o objetivo de garantir alimentação - duas refeições diárias – a par da frequência da escola a 100 crianças do bairro angolano.
Para concretizar a corrida até Fátima, as duas mentoras estão a fazer preparação física. Carla tem 48 anos, é fisioterapeuta e tem três filhos. Admite que “é preciso gerir a vida familiar e, essencialmente, o tempo que me sobra, em vez de me sentar a ver um filme no sofá, vou fazer uma corrida, vou caminhar um pouco”.
Sílvia, que anda pela mesma idade, é cabeleireira e faz corridas entre Oeiras e o Estoril, como conta a Carla: “o cabeleireiro dela é no Estoril e ela, para ter tempo para treinar, em vez de ir de comboio, vai a correr para o trabalho, trabalha todo o dia, e depois chega ao fim do dia e vem a correr para Oeiras”.
As duas “atletas” partem na sexta-feira (dia 16) e vão chegar no domingo (dia 18), no Dia Mundial das Missões.
Quem quiser, pode apoiar o projeto Kesinha Ly Eyau, através das redes sociais, com donativos ou partilhas e, claro, juntar-se a correr ou caminhar até ao Santuário de Fátima.