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Todas as semanas, um convidado especial fala sobre os grandes temas da Europa e do mundo no programa "Decidir Europa", com edição do jornalista José Bastos.
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Luís Miguel Ribeiro e a reindustrialização da Europa - Decidir Europa

Decidir Europa

Luís Miguel Ribeiro e a reindustrialização da Europa

17 jul, 2020 • José Bastos


O presidente da AEP - Associação Empresarial de Portugal analisa o conselho europeu de Bruxelas e a recuperação da economia no pós-Covid-19.

É a primeira reunião presencial dos chefes de estado e de governo da União Europeia desde a eclosão da pandemia de Covid-19 para fechar um grande acordo europeu sobre o fundo de recuperação (750 mil milhões de euros) e o novo orçamento plurianual 2021-2027 (mais de mil milhões), num pacote financeiro global de 1,8 mil milhões de euros. Trata-se de uma tarefa encarada com entusiasmo, mas também com profundas divergências.

“Vai ser difícil porque não é só uma questão de dinheiro, mas de pessoas, do futuro europeu e de unidade. Mas com coragem política será possível chegar a um acordo”, disse o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, à sua chegada à sala EBS5 do conselho.

Angela Merkel a liderar, este semestre, a presidência rotativa da União Europeia e de quem se espera um decisivo papel de mediação, admitiu “haver diferenças muito grandes” e que “não se atreve a vaticinar um desfecho”.

Minutos antes, o seu homólogo francês Emmanuel Macron, dizia chegar “confiante, mas prudente”. “Estamos todos obrigados a um acordo”, disse já Pedro Sánchez. Também o grego Kyriakos Mitsotakis não vê motivos para o fracasso, neste momento em que a Europa deve mostrar “unidade”, nem António Costa apelando “a não se perder tempo”, ou o italiano Giuseppe Conte para quem “o acordo não é apenas uma questão de dinheiro, mas de uma resposta aos cidadãos europeus com um interesse comum europeu”.

As esperanças de Charles Michel, do eixo franco-alemão e dos países do sul chocam, ainda assim, com o sentimento de líderes de países da Europa Central e dos países nórdicos que enfrentam esta reunião com muito ceticismo e defendendo o endurecimento da condicionalidade.

“O mais importante é fixar regras, um cheque em branco é tudo o que não queremos”, alertou o liberal luxemburguês Xavier Bettel. “O dinheiro deve distribuir-se de forma justa”, recordou o checo Andrej Babis.

“As possibilidades de acordo são inferiores a 50%”, antecipou o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, e cabeça visível dos países frugais – Holanda, Áustria, Suécia e Dinamarca – que não só questionam o volume do orçamento e do fundo, mas exigem direito de veto no desembolso de cada parcela de ajuda.

Consciente da dificuldade da negociação do momento, ao contrário do que fez na cimeira de fevereiro, a última em que se negociou o orçamento, quando chegou com um livro debaixo do braço, uma volumosa biografia de Frédéric Chopin, Mark Rutte não mostrou hoje vontade de ler nos tempos mortos da reunião. “Desta vez não há biografias. Vai ser trabalho duro”, augurou Rutte.

Olhando para este conselho europeu de 17 e 18 de julho e para os desafios da Europa e da indústria portuguesa está Luís Miguel Ribeiro, presidente da Associação Empresarial de Portugal, AEP, que acaba de, em parceria com a Deloitte, desenhar uma “nova visão de futuro” assente na digitalização, inovação e investimento.

Este conteúdo é feito no âmbito da parceria Renascença/Euranet Plus – Rede Europeia de Rádios. Veja todos os conteúdos Renascença/Euranet Plus.

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