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Desarmamento nuclear

Guterres alerta que o mundo continua a viver sob a ameaça de uma “catástrofe nuclear”

02 out, 2020 - 18:59 • Lusa

"Infelizmente, os progressos no sentido da eliminação total das armas nucleares estagnaram e correm o risco de estarem comprometidos", avisa secretário-geral da ONU.

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O secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou esta sexta-feira que o mundo continua a viver sob a ameaça de uma "catástrofe nuclear", lamentando a estagnação dos esforços, em particular das grandes potências, para uma eliminação total das armas nucleares.

"O desarmamento nuclear sempre foi uma prioridade das Nações Unidas", mas "75 anos após a criação (da organização), o mundo continua a viver sob a ameaça de uma catástrofe nuclear", declarou o representante no arranque de uma reunião de alto nível realizada para assinalar e promover o Dia Internacional para a Eliminação Total das Armas Nucleares (2 de outubro).

Por ocasião deste Dia Internacional, a temática está esta sexta-feira no centro do debate nas Nações Unidas, mas sem grandes expectativas de eventuais progressos neste delicado dossiê, uma vez que o diálogo entre os Estados Unidos e a Rússia, países que detêm 90% das armas nucleares mundiais, parece estar estagnado.

"Infelizmente, os progressos no sentido da eliminação total das armas nucleares estagnaram e correm o risco de estarem comprometidos", prosseguiu António Guterres.

"A crescente desconfiança e as tensões entre os Estados dotados com armas nucleares aumentaram os riscos nucleares", advertiu o secretário-geral da ONU, frisando ainda: "Os programas de modernização de arsenais nucleares representam a ameaça de uma corrida qualitativa ao armamento nuclear".

A erosão da arquitetura de controlo de armas nucleares, num cenário global de crescentes tensões internacionais, é outro aspeto que não dá motivos para otimismos em relação a esta temática.

O Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermédio (INF, na sigla em inglês), assinado em 1987 entre Washington e Moscovo, pelos então líderes Ronald Reagan e Mikhail Gorbatchov, respetivamente, foi dado como "formalmente morto" em 2019.

A par de impor a redução de mísseis de alcance intermédio disparados a partir do solo, o tratado também incluía o compromisso de não se fabricarem novas versões deste tipo de armamento, embora permitisse a sua investigação.

Ao abrigo deste acordo, os dois países destruíram cerca de 2.700 mísseis.

Desde então, o tratado New START (Tratado Estratégico para a Redução de Armas), concluído em 2010 e que expira em 2021, é considerado o último acordo nuclear ainda em vigor entre os Estados Unidos e a Rússia.

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