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Vem aí uma aplicação para alertar agricultores sobre mudanças climáticas

28 set, 2020 - 09:02 • Olímpia Mairos

Ainda em fase de testes, esta app permite de forma simples e gráfica que o agricultor registe e analise tendências do estado da sua cultura e da produtividade ou avalie ciclos de temperatura, precipitação e intempéries.

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Chama-se “Climalert”. É um projeto, inclui uma app e uma plataforma web, que visa alertar o agricultor sobre mudanças climáticas, ajudando-o a otimizar a irrigação das culturas e a antecipar ou adiar colheitas.

A nova aplicação é coordenada pelo Centro de Biologia Molecular e Ambiental (CBMA) da Universidade do Minho (UMinho), junta parceiros de Portugal, Espanha e Alemanha, e conta com 845 mil euros da União Europeia até 2021.

De acordo com a Universidade do Minho a aplicação de telemóvel, em fase de testes, permite de “forma simples e gráfica que o agricultor registe e analise tendências do estado da sua cultura e da produtividade ou avalie ciclos de temperatura, precipitação e intempéries”.

A par desta “app”, está a ser concebida uma plataforma web de suporte à tomada de decisão no setor da água, de modo a planear cenários de exploração agrícola e uso hídrico a médio e longo prazo.

“Quem decide e investe, vê assim as probabilidades mais benéficas para o meio ambiente e para o seu negócio”, realça a academia em comunicado.

Útil para dirigentes ambientais

A coordenadora do “Climalert”, Cláudia Pascoal, explica que a ferramenta pretende “casar os interesses dos setores da agricultura e dos recursos hídricos”. Uma missão que não é fácil, alerta a investigadora, na medida em que “a água é muito utilizada na agricultura, mas por vezes devolvida aos ecossistemas de forma contaminada”.

A investigadora do CBMA e professora da Escola de Ciências da UMinho espera, com este projeto, reduzir riscos e vulnerabilidades dos dois setores.

“Este projeto é valioso, pois promove a sustentabilidade com benefícios económicos para agricultores e para os gestores ambientais, que têm que gerir as bacias hidrográficas tendo em conta as alterações climáticas”, observa Cláudia Pascoal.

As ferramentas “Climalert” foram criadas na UMinho, através dos centros de investigação CBMA, Algoritmi e de Sistemas Microeletromecânicos, e estão a ser testadas por stakeholders nos três países do consórcio.

A ideia é perceber, por exemplo, “o estado de secura do solo, o acesso a indicadores de água na planta e na atmosfera ou o stock de água nos rios a albufeiras”, adianta a investigadora da UMinho, explicando que através destas aplicações, “o agricultor pode antecipar um evento climático em uma ou duas semanas, antecipar ou adiar uma colheita e otimizar o seu sistema de irrigação”.

“O utilizador fica mais bem preparado para decisões que privilegiem a sustentabilidade do sistema produtivo e do ecossistema, com claras vantagens financeiras”, reforça Cláudia Pascoal.

O “Climalert” envolve ainda o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), o Instituto Catalão de Investigação da Água (Espanha) e o Centro de Investigação Ambiental Helmholtz (Alemanha).

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