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CGTP exige aumento do salário mínimo para os 850 euros

26 set, 2020 - 18:38 • Maria João Costa

Central sindical organizou concentrações por todo o país. Numa ação de luta nacional, a CGTP pede mais 90 euros para os trabalhadores e está disponível para negociar

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CGTP exige salário mínimo de 850 euros com concentrações por todo o país. "Medo da pandemia não nos pode tirar direitos"
CGTP exige salário mínimo de 850 euros com concentrações por todo o país. "Medo da pandemia não nos pode tirar direitos"

Com o devido distanciamento social, de bandeiras e cartazes na mão a dizer “Fim da precariedade”, a CGTP aprovou este sábado na Praça do Comércio, em Lisboa, uma resolução que pede o aumento do salário mínimo para os 850 euros.

A central sindical que este sábado organizou várias concentrações em várias capitais de distrito de todo o país, exige uma subida de mais 90 euros. A dirigente sindical Isabel Camarinha que aponta o ano de 2021 como meta, afirma que a “proposta de aumento salarial é para todos os trabalhadores”.

Em Lisboa, foram ouvidas críticas aos apelos de consenso deixados por Marcelo Rebelo de Sousa e ao Governo de António Costa. Segundo a CGTP, para o executivo socialista “os trabalhadores são tratados como peças descartáveis”, por isso defende ser necessário o Orçamento do Estado para 2021 "assumir ruturas com o tratamento dado aos trabalhadores.”

Em declarações aos jornalistas, Isabel Camarinha lamentou que Governo não tenha apresentado qualquer proposta para a subida do salário mínimo. A líder sindical que no discurso referiu-se à “desregulação dos horários, com maior poder patronal, com o desprezo pelos trabalhadores”, criticou o primeiro-ministro por ter dito que “quer atingir o valor dos 750 euros no fim da legislatura” e por ter considerado que no próximo ano poderá não haver aumentos.

A CGTP esclarece que não está “a exigir 850 euros, em janeiro de 2021”, mas sublinha que tem de se caminhar para essa meta “rapidamente”. Os sindicalistas consideram que a crise “não é uma fatalidade”, mas antes “o resultado das opções políticas”.

Na concentração que ocupou todo o Terreiro do Paço, em Lisboa, a CGTP manifestou-se ainda disponível para negociar a proposta de aumento salarial, também com os patrões.

Questionada sobre declarações de Ferraz da Costa, empresário e presidente do Fórum para a Competitividade que afirmou, em entrevista ao Dinheiro Vivo e TSF, ser “uma ideia criminosa” o aumento de salários, por muitas empresas já estarem já à beira da falência, Isabel Camarinha reagiu afirmando que “criminoso é haver trabalhadores a passarem fome devido aos cortes de salário e desemprego”. Na leitura da sindicalista, a subida dos salários “é uma forma de desenvolver o país e as empresas”.

“Mais salário dinamiza a economia, possibilita às empresas vender mais, criar emprego e reduzir o desemprego, com efeitos diretos na Segurança Social”, afirmou a sindicalista no seu discurso, perante centenas de manifestantes que de máscara se concentraram este sábado em Lisboa.

Comentários
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  • Ivo Pestana
    27 set, 2020 17:21
    Estes é só pedir. Estamos numa enorme crise económica e Deus queira que as empresas aguentem. Enfim, mais um bando de populistas.
  • Mariana Sousa Santos
    26 set, 2020 Maia 19:36
    A foto do artigo não corresponde às manifestação da CGTP em Lisboa, mas sim no Porto!

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