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Cristãos perseguidos

Tribunal paquistanês emite mandado de captura para raptores de jovem cristã

26 set, 2020 - 00:18 • com AIS

Huma Younus foi raptada há quase um ano, quando tinha 14. Forçada a casar e violada pelo raptor, terá entretanto engravidado, mas a família não desiste de a conseguir libertar.

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A adolescente paquistanesa Huma Younus, raptada há perto de um ano, poderá estar mais perto de ser libertada depois de um tribunal em Karachi ter emitido um mandado de prisão para os seus captores.

Huma foi levada em outubro de 2019, quando tinha apenas 14 anos, por um homem muçulmano, Abdul Jabbar, e os seus cúmplices. Quando a família tentou saber do seu paradeiro foi informada de que a rapariga se tinha convertido ao Islão e estava casada com Jabbar.

As queixas à polícia não surtiram efeito uma vez que os agentes disseram que tinham sido informados por Jabbar de que Huma já era maior de idade, algo que os seus pais provaram não ser verdade através de documentação.

Só em julho de 2020 é que a família de Huma, que tem agora 15 anos, conseguiu finalmente que um tribunal paquistanês reconhecesse que a rapariga é de facto menor de idade. Entretanto, segundo relatos, a jovem já terá sido repetidamente violada e estará grávida.

Tabassum Yousaf, a advogada que tem assumido a defesa da jovem cristã, afirmou, em declarações à Fundação Ajuda à Igreja que Sofre, que “este é um grande passo para a libertação” de Huma Younus, embora haja ainda um longo caminho a percorrer.

“Em outubro fará um ano desde que foi sequestrada, quando ela tinha 14 anos. Na minha qualidade de advogada tenho de dizer que a demora na justiça é uma negação da justiça.”

Para Tabassum Yousaf, o “sistema judicial” paquistanês é normalmente “hesitante quando se trata de garantir justiça para as minorias”, pelo que é necessário ver, agora, como as próprias autoridades policiais vão lidar com o despacho do tribunal. Importa dizer que o mandado de prisão contra Abdul Jabbar e seus cúmplices não admite possibilidade de fiança. Para a advogada de Huma Younus será também relevante observar os termos do “relatório que for entregue aos tribunais” pela polícia.

Para a família, a expectativa agora é enorme. Nagheeno Younus, a mãe de Huma, manifestou à Fundação AIS o desejo de ter a filha de volta. “Quero que [ela] continue os estudos e chegue à idade de casar”, disse, acrescentando que “jamais aceitarei Abdul Jabbar como meu genro”. “Ele é um sequestrador e nada mais. Peço para ter a minha filha de volta.”

O Paquistão é um país de esmagadora maioria islâmica. Os cristãos são uma pequena minoria e queixam-se de perseguição repetida e frequente, em vários campos da vida.

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