25 set, 2020 - 21:40 • Lusa
A ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, desafiou esta sexta-feira os “velhos do Restelo” que “dizem que o interior está condenado” a rumarem a Évora e ao Alentejo para verem “como se faz inovação de ponta”.
A governante, que participava em Évora na apresentação do ATL-100, o primeiro programa aeronáutico completo de Portugal, apontou este projeto como exemplo da diversidade económica que também existe no interior do país.
“São projetos como este que mostram ao país que o interior não é só a agricultura, não é só a floresta”, porque essas atividades existem, mas o interior é também “ciência, tecnologia e empresas de ponta”, argumentou.
O projeto ATL-100, que “está a ser desenvolvido para a construção integral de uma aeronave no Alentejo, desde o seu desenvolvimento até à sua industrialização, envolvendo Évora, Beja e Ponte de Sor, é um exemplo” de como se pode “ter ciência” e “tecnologia, envolvendo em rede os atores importantes do território”, disse Ana Abrunhosa.
"Acho que este território, em particular, merece q(...)
“Para os ‘velhos do Restelo’ que ainda dizem que no interior não há vida, que o interior está condenado, venham a Évora, venham ao Alentejo ver este projeto e aprender como se faz inovação de ponta em produtos de elevado valor acrescentado”, desafiou a ministra.
A partir de Évora, do Parque do Alentejo de Ciência e Tecnologia (PACT), onde foi hoje apresentado o Programa ATL-100, que resulta de uma ‘joint-venture’ entre o CEiiA - Centro de Engenharia e Desenvolvimento de Produto e a empresa brasileira DESAER, para desenvolver, fabricar e operar uma nova aeronave ligeira, “vão produzir-se produtos para o mundo”, destacou Ana Abrunhosa.
“A importância deste projeto na região é que estamos a falar de dezenas e dezenas de trabalhadores qualificados que vão trabalhar neste projeto e, depois, da capacitação que o próprio projeto vai ter na atividade económica, porque não vai ‘viver numa ilha’, vai precisar de fornecedores” e de “parcerias no território”, realçou.
A ministra pediu aos autarcas presentes que mudem (...)
A fase de desenvolvimento do Programa ATL-100 vai ficar centrada nas instalações do CEiiA no PACT, onde foi hoje apresentado.
A nova aeronave ligeira a desenvolver, fabricar e operar a partir do Alentejo, implicando a construção de uma fábrica cuja localização ainda não está definida – ou em Beja ou em Ponte de Sor -, vai ser multi-configurável, desenhada “para menores custos operacionais e maior sustentabilidade”. e prevendo já uma futura “evolução para plataforma neutra em carbono”, referiram os promotores.
O CEiiA e a DESAER estimam que o programa “tenha um impacto direto de 1.200 empregos qualificados” criados na região do Alentejo.