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Centenas de jovens voltam a marchar em Lisboa pelo clima. "Nada está a ser feito"

25 set, 2020 - 17:58 • Lusa

No dia de novas marchas globais por medidas políticas de proteção do clima, ministro português do Ambiente diz que o que move manifestantes é "a melhor das causas".

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Centenas de pessoas, na sua maioria jovens, marcharam esta sexta-feira, a partir das 17h00, no centro de Lisboa para exigir novas políticas para o ambiente.

No final do protesto, os organizadores da ação pelo clima pediram ao Governo mais ações no combate às alterações climáticas, porque “em Portugal não está a ser feito nada” para criar uma nova economia.

“Em Portugal não está a ser feito nada”, disse à Lusa Leonor Veríssimo, porta-voz do movimento Greve Climática Estudantil, uma das principais entidades organizadoras de uma manifestação que decorreu em Lisboa, em defesa de uma nova política climática.

Com cartazes onde se lê “sobrevivência não é utopia” e “gás, petróleo e carvão debaixo do chão”, a marcha de protesto iniciou-se na Praça do Marquês de Pombal, terminando no Rossio com discursos de várias organizações de defesa do ambiente.

Leonor Veríssimo classificou de “contradição” o facto de o primeiro-ministro ter convidado António Costa Silva, presidente de uma empresa petrolífera, para redigir um plano de retoma económica, e acrescentou: “Precisamos de ação climática no mundo, precisamos de travar as alterações climáticas.”

Criadas inicialmente pela jovem ativista sueca Greta Thunberg, que iniciou sozinha uma greve às aulas às sextas-feiras exigindo medidas dos governos para combater as alterações climáticas, este tipo de ações, as chamadas greves climáticas estudantis, têm acontecido no mundo inteiro.

Bianca de Castro, também porta-voz do movimento de jovens em Portugal, salientou à Lusa que a ação de hoje, a par de outras 3 mil que aconteceram por todo o mundo, serviu para chamar a atenção para uma crise climática que o mundo enfrenta, mas também uma crise de saúde pública e uma crise económica, “todas com a mesma raiz” e que demonstram as fragilidades do sistema de vida atual.

“Estamos aqui para mostrar que a justiça climática também é justiça social, e que no fundo estamos a lutar pela vida de todos nós”, disse Bianca de Castro no decorrer da manifestação, que levou centenas de jovens a percorrer uma das principais ruas da capital (Avenida da Liberdade) a exigir mais ação e “justiça climática”.

Na base da ação de hoje está o mesmo apelo do movimento “Friday´s for Future”, também criado por Greta Thunberg, que em Portugal teve eco no movimento Salvar o Clima, uma plataforma que junta várias organizações que estão por trás destas ações de protesto.

Como Leonor Veríssimo, Bianca de Castro também considera que se fala muito da crise climática mas que é preciso mais ação, sendo esse o principal objetivo da manifestação, exigir “ações urgentes e concretas”.

E exigir, como acrescentou Leonor Veríssimo, a requalificação profissional dos trabalhadores que sejam despedidos de indústrias poluentes, como os que saírem da central termoelétrica de Sines, no sul do país, que vai encerrar até final do ano.

Questionado pelos jornalistas sobre as novas marchas mundiais de jovens pelo clima, o ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, classificou como “a melhor das causas” a iniciativa de mobilização.

“Esta é a melhor das causas, esta é mesmo a melhor das causas, devendo todos, e mormente os estudantes portugueses, também saber reconhecer que Portugal foi o primeiro país do mundo que decidiu ser neutro em carbono em 2050 e que, por exemplo, no ano passado Portugal consumou um excelente divórcio, o divórcio entre aquilo que é o crescimento da economia e o crescimento das emissões”, afirmou Matos Fernandes.

A manifestação pelo clima de hoje em Lisboa juntou centenas de pessoas, convocadas por várias associações mas especialmente pelo movimento Greve Climática Estudantil.

Ao contrário de outras já realizadas no passado, as ações desta sexta-feira não implicaram uma greve de estudantes, embora tenham tido o mesmo objetivo: a exigência de um planeta saudável.

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