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Moçambique enfrenta “uma versão de guerra” diferente, diz presidente

25 set, 2020 - 11:13

O chefe de Estado moçambicano reiterou que o país está a ser alvo de ataques terroristas em Cabo Delgado.

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O Presidente moçambicano diz que o país enfrenta "uma versão de guerra diferente" das anteriores que o território já viveu, porque está a combater um "terrorismo" que se carateriza por ser "imprevisível e difuso".

Filipe Nyusi falou do conflito armado em Cabo Delgado, norte de Moçambique, durante o discurso solene do Dia das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), que se assinala hoje.

"Os jovens das FADM têm demonstrado alto sentido de patriotismo, bravura e galhardia, enfrentando uma versão de guerra diferente das lutas passadas", afirmou Nyusi.

O chefe de Estado moçambicano revelou que na quinta-feira as FADM "repeliram fortemente um ataque" de grupos armados no posto administrativo de Bilibiza, distrito de Quissanga, província de Cabo Delgado.

Filipe Nyusi não deu detalhes sobre o incidente.

O chefe de Estado moçambicano reiterou que o país está a ser alvo de ataques terroristas em Cabo Delgado, o que exige uma resposta à altura das FADM.

"Hoje, com a globalização, as ameaças são difusas e mais imprevisíveis, o que exige elevados níveis de flexibilidade e prontidão combativa", afirmou.

O terrorismo, crime transnacional, pirataria e crimes cibernéticos são alguns dos crimes para os quais os Estados têm de estar preparados, frisou Filipe Nyusi.

O Presidente avançou que as ameaças à independência e integridade territorial mostram a pertinência da modernização e redimensionamento das FADM e o erro da tentação de tratar a instituição militar como "uma questão menor".

"É importante que os moçambicanos, independentemente da sua crença, grau de instrução, opção política ou posição social entendam a importância do seu engajamento nos assuntos de segurança, porque não são exclusivamente dos militares", destacou.

A defesa nacional, prosseguiu, deve ser um tema que mobiliza a todos.

Cabo Delgado é a província costeira mais a norte de Moçambique, local dos megaprojetos de exploração de gás natural e que enfrenta uma crise humanitária com mais de mil mortos e 300.000 deslocados internos - resultado de três anos de conflito armado entre as forças moçambicanas e rebeldes, cujos ataques já foram reivindicados pelo grupo 'jihadista' Estado Islâmico, mas cuja origem continua por esclarecer.

O dia das FADM é uma homenagem aos então jovens combatentes da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), atual partido no poder, que em 25 de setembro de 1964 lançaram a guerra de libertação nacional contra o colonialismo português.

A guerra durou dez anos até à proclamação da independência nacional, em 25 de junho de 1975.

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