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​Queixas contra a banca aumentaram quase 50%

25 set, 2020 - 19:02 • Sandra Afonso

Os principais motivos de insatisfação apresentados são mau serviço prestado (26%), o atendimento (13%), o apoio ao cliente (10%), as condições contratuais (8%) e as moratórias (5%).

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Entre 1 de janeiro e 23 de setembro chegaram quase cinco mil queixas contra o setor bancário à maior rede social de consumidores do país, o Portal da Queixa. Estes números representam um aumento de 47%, face ao mesmo período do ano passado (3.304 queixas registadas).

Os principais motivos de insatisfação apresentados são mau serviço prestado (26%), o atendimento (13%), o apoio ao cliente (10%), as condições contratuais (8%) e as moratórias (5%).

Com maior número de reclamações, destaca-se a Caixa Geral de Depósitos, com 445 queixas. É seguida de perto pelo Banco CTT (295), Millennium BCP (291) e Santander Totta (269).

O Portal da Queixa avalia também a resposta dos bancos às queixas apresentadas – o Índice de Satisfação. Neste caso, as instituições com a melhor interação com os utilizadores são o ActivoBank, o Banco CTT e a CGD.

Um exemplo. Maria Freitas reclamou sobre a lentidão do serviço na Caixa Geral de Depósitos (CGD): “já tenho desistido porque é quase impossível passar uma manhã inteira no passeio à espera ao sol. Pessoas idosas... tenham dó!”

Mas o atendimento à distância também é alvo de críticas. Carlos Martins foi um dos queixosos: “Mau serviço caixa direta quer online, quer por telefone. Em 4 chamadas telefónicas fiquei em espera 180 minutos sem que alguém me atendesse a chamada. Vergonhoso!

As novas medidas de apoio à economia também não escapam às críticas. Sandra Sousa reclamou do Millennium BCP: “Fiz pedido de moratória em março, através da app MBCP. Nunca me responderam, se teria sido aceite ou não. Acontece que em maio o valor não foi retirado. Qual é o meu espanto, em julho resolvem retirar o valor da prestação referente a Maio! Neste momento continuo a aguardar uma resposta e também o valor da prestação, retirada indevidamente.”

Pedro Lourenço, CEO do Portal da Queixa e fundador da Consumers Trust, defende que “em tempos de incerteza como estes e numa conjuntura como esta, seria de esperar que a relação de confiança entre a banca e os portugueses saísse reforçada, mas esta expectativa saiu gorada para muitos consumidores face ao setor bancário.”

Pior, nas atuais circunstâncias estas falhas ganham outra dimensão, “os problemas apontados ao funcionamento do serviço prestado, ao atendimento, ao apoio ao cliente tornam-se, para algumas pessoas, um constrangimento não só financeiro, mas também familiar e social”, defende o gestor.

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