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Sindicato denuncia que médica foi "violentamente agredida" em Almada

24 set, 2020 - 10:17 • Redação

Uma utente terá esmurrado a profissional de saúde por não conseguir consulta para o próprio dia e uma justificação de faltas para a filha.

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O Sindicato dos Médicos da Zona Sul (SMZS) condena a agressão a uma colega num Centro de Saúde do ACES Almada-Seixal. Uma utente terá esmurrado a médica por não conseguir consulta para o próprio dia e uma justificação de faltas para a filha.

A situação ocorreu na quarta-feira enquanto a médica estava à porta da unidade a desempenhar funções de triagem, “tendo sido violentamente agredida após comunicar à utente que teria consulta no dia seguinte com o seu médico assistente”, descreve a nota enviada à redação.

O sindicato está solidário com a colega e responsabiliza o Governo pela tendência crescente de violência e coação contra estes profissionais. “Lembramos que este não é um caso isolado. A falta de condições de segurança nos locais de trabalho não constitui uma excepção, mas antes a regra, que se veio acentuar de forma acelerada face ao atual contexto pandémico.”

O SMZS defende a necessidade urgente de adopção de medidas que garantam a “segurança no exercício das funções, as quais, conforme bem se demonstra com este lamentável episódio, acarretam risco e penosidade acrescida”.

Segundo o mesmo texto, a tutela, ao obrigar os médicos de família a “desempenhar múltiplas funções, como sejam a triagem à porta dos centros de saúde, escalas de atendimento a doentes com sintomas respiratórios (ADR), Trace-covid, determinações para acompanhamento de utentes com Covid-19 nos lares de idosos, entre toda a carga burocrática que sobrecarrega os clínicos, está a contribuir para uma diminuição da acessibilidade dos utentes aos seus médicos, gerando situações iminentemente explosivas de revolta por parte dos utentes, com potencial para uma escalada de agressões como a que se verificou em Almada”.

O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) também já condenou a agressão e anunciou que vai pedir uma reunião urgente com o diretor nacional da PSP para o sensibilizar para a questão do “flagrante delito”.

“Foi cometido um crime público mas, apesar de ter sido identificada pelos agentes da esquadra da PSP do Laranjeiro (Comando Distrital de Setúbal da PSP) a agressora não foi detida, mas apenas identificada... teria sido diferente se em vez de numa unidade de saúde tivesse sido num tribunal, ou se em vez de uma profissional de saúde tivesse sido uma senhora procuradora ou juíza”, refere o SIM em comunicado.

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  • Defendam-se
    24 set, 2020 Vale tudo 14:33
    As instituições que vos deviam proteger, falharam, e os governantes aplicam a chapa 14 habitual: começam por lamentar, depois desvalorizam o incidente falando em "estatísticas"e que o caso é a excepção e não a regra, depois começam a propaganda do "caminho já feito e do investimento" e acaba tudo na mesma. Querem protecção? Tenham o spray pimenta ou uma "taser" debaixo do casaco, e quando atacados, deixem o ou a agressora a torcer os olhos, ou "acendam-na como a uma árvore de Natal até deitar faíscas da boca". Defendam-se fisicamente e virem-se aos agressores: com o sentimento de impunidade que por aí anda, reuniões com ministros ou comandos da PSP são pura perda de tempo

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