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Greve nas cantinas escolares do Porto

24 set, 2020 - 12:48 • André Rodrigues , Marta Grosso

Trabalhadores acusam empresa que detém a concessão no primeiro ciclo de estar a recorrer a empresas de trabalho temporário. Vereador vai ouvir as queixas. Pais tentam solução para os filhos.

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Os trabalhadores da Eurest estão em greve nesta quinta-feira. Alegam que a empresa está a recorrer a empresas de trabalho temporário, em vez de fazer contratos válidos para todo o ano letivo.

O presidente da Câmara do Porto promete sensibilizar os responsáveis da Eurest para a situação, mas diz que pouco mais poderá fazer.

“Não podemos dizer à Eurest que contrate aquele trabalhador, com este salário e por aquele prolongamento. Podemos alertar a Eurest para a situação”, afirmou aos jornalistas.

Rui Moreira adianta que “o senhor vereador responsável vai receber” os trabalhadores e anunciou que a autarquia vai avançar, até final do ano, com o lançamento de um concurso público para o fornecimento de refeições nas cantinas das escolas do município.

“Temos um concurso público internacional que será lançado, julgo que até final do ano, porque o contrato com a Eurest acaba em março [de 2021]. Portanto, a partir de março haverá um novo concessionário”, declarou.

Certo é que a maior parte dos estabelecimentos de ensino da cidade não vai fornecer almoço aos alunos do primeiro ciclo, uma vez que é a Eurest que detém a concessão do serviço de refeições nestes estabelecimentos de ensino.

Onde pôr os filhos?

Na Escola Básica de São Roque da Lameira, com 120 alunos entre pré-escolar e primeiro ciclo, Eduarda Brazão, da Associação de Pais, diz à Renascença que há crianças que não vão à escola nesta quinta-feira, porque os pais não têm como ir buscá-las à hora de almoço.

“Como não têm um plano B, vão ficar com eles em casa ou deixar nos avós, porque não têm outra solução”, refere a encarregada de educação.

“Nós temos a garantia que a falta fica automaticamente justificada, porque não há serviços”, acrescenta.

A greve nas cantinas escolares do primeiro ciclo do Porto conta com uma adesão próxima dos 100%.

Os trabalhadores pedem uma resolução urgente para os contratos “com termo indeterminado” que lhes está a ser apresentado e que permite que possam ser “despedidos em qualquer momento”.

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