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Pandemia de Covid-19

Dados do INE. Houve um aumento de mortes em casa no início do confinamento

23 set, 2020 - 17:01 • Lusa

Instituto Nacional de Estatísticas apresenta resultados preliminares sobre números de óbitos em março fora dos hospitais, mês durante o qual a proporção de mortes em casa e noutros locais foi superior à média de 2015-2019.

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Quase metade das mortes registadas em Portugal na semana de 16 a 23 de março ocorreu em casa ou outro local fora do hospital, segundo dados preliminares divulgados esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

“Embora a maior proporção de óbitos tenha sempre ocorrido em estabelecimento hospitalar, a partir de 02 de março a proporção de óbitos em domicílio e outro local foi superior à média de 2015-2019, atingindo na semana 12 (16 a 23 de março) 46,1% do total de óbitos nessa semana”, escreve o INE numa informação relativa ao acompanhamento da pandemia de Covid-19.

De acordo com os dados disponíveis, até 30 de agosto, registaram-se este ano 79.860 óbitos, número superior ao observado em anos anteriores. Comparativamente à média de óbitos para o período homólogo de 2015-2019, em 2020 registaram-se mais 4.791 óbitos.

Nos primeiros dois meses de 2020, o número de mortes foi, em geral, inferior aos valores médios observados nos últimos cinco anos, mas enquanto em anos anteriores a mortalidade continuou a decrescer nos meses seguintes, em março deste ano começou a aumentar.

Entre 02 de março, data em que foram diagnosticados os primeiros casos de Covid-19 em Portugal, e 30 de agosto, morreram 57.971 pessoas, mais 6.312 do que a média registada no período homólogo de 2015-2019. “Destes, 1.822 foram atribuídos à Covid-19”, precisa o INE.

Entre 02 de março e 30 de agosto, morreram 28.400 homens e 29.391 mulheres (mais 2.597 e mais 3.715, respetivamente, em relação à média do período homólogo em análise).

Segundo o INE, o aumento dos óbitos em 2020, relativamente à média de 2015-2019, atingiu um primeiro pico na semana de 06 a 12 de abril e registou o valor mais elevado na semana de 13 a 19 de julho, mais cerca de 800 óbitos, a que “não terá sido alheio o facto de o mês de julho de 2020 ter sido extremamente quente”.

“O acréscimo da mortalidade verificado a partir de março, relativamente à média dos últimos cinco anos, só é explicado em parte pelos óbitos atribuídos à Covid-19”, assegura o INE.

Mais de 70% dos óbitos foram de pessoas com idades iguais ou superiores a 75 anos.

O maior acréscimo no número de óbitos relativamente à média 2015-2019 registou-se na região Norte, com exceção da última semana de junho e as primeiras de julho, em que o acréscimo foi superior na Área Metropolitana de Lisboa.

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